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O Feudalismo

Livros > Idade Média  |  2,7 mil visualizações  |  0 comentário(s)

Capa do livro O Feudalismo, de Hilário Franco Jr.
Autor: Hilário Franco Jr.
Coleção: Tudo é História
Páginas: 104
Editora: Brasiliense
Ano da edição: 1993
Idioma: Português

Sinopse:

Sabe-se que a época feudal foi a matriz da civilização cristã ocidental. O estudo das sociedades que se seguiram está, pois, vinculado à compreensão deste momento. Se isso é consenso entre os historiadores, o mesmo não se pode dizer quanto à definição de Feudalismo. Sistema econômico, conjunto de relações jurídicas ou apenas um tipo de mentalidade? Escapando a rótulos que possam desfigurá-lo, o Feudalismo é aqui visto a partir da inter-relação de todos os seus aspectos, de seu processo formativo até sua crise, que culminou com o aparecimento do Capitalismo.



Análise do livro


FRANCO JR., Hilário. O Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1993.

O Feudalismo é um livro da coleção Tudo é História, uma série introdutória lançada pela editora Brasiliense voltada para o público universitário. Seu autor é Hilário Franco Jr., famoso medievalista brasileiro, autor de diversas obras sobre o Idade Média.

Abaixo você confere um resumo básico de cada um dos quatro capítulos da obra:

A Gênese - Autor fala sobre as origens do sistema feudal, que só surgiu de fato no século 10, e enumera e descreve em detalhes as sete características que levaram ao seu surgimento: Ruralização da sociedade, enrijecimento da hierarquia social, fragmentação do poder central, desenvolvimento das relações de dependência social, privatização da defesa, clericalização da sociedade e transformações da mentalidade.

A estrutura - Descrição da estrutura do feudalismo. A economia, a sociedade, o contrato feudo-vassálico, o cavaleiro e a guerra e a igreja. São 32 páginas que mostram como o feudalismo funcionava na prática.

A dinâmica - Capítulo sobre o auge do feudalismo no século 11-13. O autor comenta o crescimento da época, que foi de três ordens: populacional, econômico e territorial.

A crise - A crise do feudalismo a partir do final do século 13. A fome, a Peste Negra, as guerras e o fortalecimento das monarquias nacionais, a retração econômica e a necessidades de reformas, que são implementadas no início da Idade Moderna.

Comentários sobre a obra

Se você procura uma obra de introdução ao Feudalismo, realmente não encontrará algo melhor que isso. Esse livro é perfeito nesse aspecto, trabalhando as questões econômicas, sociais e culturais em menos de 100 páginas. Hilário Franco Jr. é um grande escritor, sua escrita é leve e agradável e ele vai direto ao ponto, sem rodeios, sem lero-lero.

Acho que o autor faz um bom trabalho definindo o feudalismo. Há uma grande confusão entre muitos historiadores, com o termo feudalismo sendo utilizado para descrever qualquer tipo de sociedade agrária onde o dono da propriedade aloca suas terras. Mas o feudalismo é muito mais complexo do isso, e o autor descreve as complexas relações feudais com maestria e simplicidade.

Hilário Franco Jr. é um dos meus medievalistas favoritos. Ainda esse ano pretendo resenhar outros livros do autor, inclusive a sua maior obra: Idade Média - Nascimento do ocidente.

Essa e outras obras do autor podem ser encontradas na Library Genesis. Para mais informações sobre o livro, consulte as fotos e as minhas anotações de leitura, nos botões acima desse texto.

Resenha publicada em 21/08/2020.

Foto do membro da equipe: Moacir Führ

Escrita por

Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

Trechos interessantes da obra

Cidades se adequaram a lógica feudal e agiam como senhores feudais
Mesmo depois de obter sua autonomia (comprando-a ou lutando por ela), a cidade não podia naturalmente desligar-se do mundo feudal, do qual recebia reforços populacionais e matérias-primas, e para o qual vendia seus produtos manufaturados. Como qualquer homem livre, a cidade passava a se ligar a pessoas ou a outras cidades através de contratos feudo-vassálicos. Não era raro, sobretudo na Itália, que cidades submetessem a zona rural vizinha, explorando o trabalho de seus camponeses como qualquer senhor feudal. Em suma, se de um lado as cidades negavam o mundo agrário e aristocrático do Feudalismo, de outro estavam perfeitamente encaixadas nele. (p.70-71)

A difícil situação da Igreja nos séculos finais da Idade Média
A crise clerical tinha suas raízes no papel central desempenhado pela Igreja no Feudalismo. Era clara a contradição entre a instituição "que não é deste mundo" - e por isso mesmo recebia respeito, obediência e bens - mas que agia cada vez mais nele. O papa pretendia ser, ao mesmo tempo, o representante de São Pedro e o herdeiro do imperador romano. Desta forma, muitas vezes no desempenho de um desses papéis agia incoerentemente com o outro. Mais ainda, a Igreja precisava de um Estado suficiente forte para protegê-la, mas convenientemente fraco para não submetê-la. Equilíbrio difícil. Na verdade, ele foi conseguido somente no curto espaço de quatro anos, entre 999 e 1002, numa rara e harmoniosa relação entre dois homens extraordinários, o imperador Otão III e o papa Silvestre II. Daí para frente o choque entre o poder temporal dos imperadores e o poder espiritual dos papas tornou-se comum. (p.89-90)

Hilário Franco Jr.

Hilário Franco Júnior é medievalista, especialista em mitologia medieval, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), tendo feito seu pós-doutorado com Jacques Le Goff na École des Hautes Études en Sciences Sociales. A maior parte de suas publicações também tem como tema a História Medieval, dentre elas duas premiadas com o Jabuti da Câmara Brasileira do Livro ("A Eva barbada - Ensaios de mitologia medieval" e "Cocanha - A história de um país imaginário").

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Comentários sobre o livro

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