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As grandes mulheres do Antigo Egito

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Capa do artigo: As grandes mulheres do Antigo Egito

Cleópatra VII foi interpretada pela atriz Lyndsey Marshal na série "Roma" da HBO.

As mulheres no antigo Egito tinham mais direitos do que em qualquer outra cultura antiga e eram muito valorizadas. Isso é evidente não apenas nas evidências físicas e inscrições, mas também na religião.

Algumas das mais poderosas e importantes divindades do panteão egípcio são femininas e algumas versões do próprio mito da criação apresentam a deusa Neith, não o deus Atum, como o criador.

A deusa Neith. Via Wikimedia Commons.

O conto religioso mais popular e influente no Egito foi a história de Osíris e como ele foi trazido de volta à vida por sua irmã-esposa Ísis. Embora Osíris acabasse por figurar em muitas das mais importantes cerimônias religiosas, símbolos e crenças da cultura egípcia, na verdade é Isis que é o personagem central da história.

Osíris desempenha um papel bastante passivo, mas Ísis viaja para fora do país para encontrar o corpo de seu marido, o traz de volta, e faz com que ele volte a vida. O culto de Osíris acabaria, de fato, se tornando o culto de Ísis, a religião mais popular no Egito e, posteriormente, do Império Romano, até que foi suprimida pelo surgimento do cristianismo.

Estátua retratando os deuses Hórus, Osíris e Ísis, da esquerda para a direita. Século 9 a.C. Museu do Louvre.

Não é de surpreender, portanto, que houvesse um número importante de governantes femininos ao longo da história do Egito. A mais conhecida delas, é claro, é Cleópatra VII (69-30 a.C.), que na verdade não era de etnia egípcia, mas grega. Muito antes de ela chegar ao trono, no entanto, outras mulheres egípcias já ocupavam as posições de regente e até reinaram como monarca várias vezes.

No clássico filme de 1963, a rainha Cleópatra foi interpretada pela atriz Elizabeth Taylor.

Houveram muitas rainhas em toda a história do Egito, mas algumas se destacaram por realizações ou influências específicas, enquanto outras são notáveis porque governaram sozinhas por sua própria autoridade.

As mulheres nobres discutidas aqui não devem ser consideradas como uma minoria minúscula de poderosas figuras femininas no Egito, mas sim como destacando aquelas cujos reinados fez com que elas fossem lembradas, ao contrário das muitas que não deixaram inscrições ou foram ignoradas por escribas posteriores.

Período Dinástico Inicial e Reino Antigo:
Neithhotep, Merneith, Heterpheres I, Nitocris

A primeira rainha, que também pode ter governado sozinha, foi Neithhotep do início do período dinástico no Egito (c. 3150-2613 aC). Suas datas são difíceis de determinar, assim como todos os detalhes de sua vida, mas ela viveu no início da Primeira Dinastia (c. 3150-2890 a.C).

Ela era a esposa do primeiro rei do Egito, Narmer (também conhecido como Menés). Estudos recentes alegam que ela era na verdade a esposa do segundo rei, Hor-Aha, ignorando a possibilidade de que Hor-Aha e Narmer eram a mesma pessoa.

Neithhotep é geralmente considerada a mãe de Hor-Aha e pode ter governado sozinha enquanto o filho não tinha idade suficiente para assumir o trono.

Não há registro de seu reinado, mas seu túmulo em Naqada, descoberto no século 19, era tão grande que os arqueólogos o classificaram como rei e acreditavam que Neithhotep seria o sucessor de Narmer ou, pelo menos, um rei cujo nome havia sido deixado fora da lista oficial compilada por Manetho no terceiro século a.C.

Outra evidência de sua importância é que seu nome foi encontrado inscrito em um serekh mais de uma vez. O serekh era uma representação em argila que servia de fachada do palácio, no qual o nome de um rei era escrito antes do desenvolvimento do mais conhecido cartucho egípcio.

Serekh da rainha Merneith. Museu Egípcio, Egito.

Outra rainha do mesmo período, que também pode ter governado sozinha, é Merneith (c. 2990 a.C), cujo nome também aparece em um serekh. Ela era a esposa de Djet e mãe do rei Den (c. 2990-2940 a.C). Merneith governou como regente após a morte de Djet, quando Den ainda era jovem, mas também poderia ter governado como rei, como evidenciado pelos bens do seu túmulo.

Na 4ª Dinastia, que inicia o Reino Antigo do Egito (c. 2613-2181 a.C), a rainha Hetepherés I era a esposa do rei Snefru (c. 2613-2589 a.C), o primeiro a construir uma pirâmide verdadeira no Egito, e mãe de Queóps (2589-2566 a.C) que construiu a Grande Pirâmide de Gizé.

Poltrona encontrada no túmulo da rainha Hetepherés I juntamente com outros móveis. Museu de Arte de Boston. N° 38.957

Hetepherés I exerceu considerável influência sobre o filho, mas os detalhes de seu reinado e ascensão ao poder não são claros. Ela poderia ter sido a filha de Huni (c.2630-2613 a.C), o último rei da Terceira Dinastia. Nesse caso, seu casamento com Snefru teria permitido uma transição tranquila entre as duas dinastias.

A rainha mais controversa do Reino Antigo é Nitócris (2184-2181 a.C), porque os estudiosos continuam a debater se ela realmente existiu. Ela é mencionada por Manetho em sua Lista de Reis, também aparece na Lista de Reis de Turim e na Lista de Reis de Abidos, e também é mencionada por Eratóstenes de Cirene (276-194 a.C) em sua lista de monarcas egípcios.

A lista dos reis do Egito na parede do templo de Seti I, em Abidos.

No entanto, ela não deixou inscrições ou monumentos, e não há referências posteriores a ela na história egípcia. Sua história é contada apenas pelo historiador grego Heródoto (Século 5 a.C) no livro II.100 de suas histórias:

Ao longo de todas estas muitas gerações houveram dezoito reis etíopes e uma rainha, nativa do país; o resto eram todos homens egípcios. O nome da rainha era o mesmo da princesa babilônica, Nitócris. Ela, para vingar seu irmão (que era rei do Egito e foi morto por seus súditos, dando a ela a soberania), matou muitos egípcios por traição. Ela construiu uma espaçosa câmara subterrânea; depois, com a pretensão de inaugurá-la, mas com uma intenção bem diferente em sua mente, deu um grande banquete, convidando àqueles egípcios que ela sabia terem tido a maior cumplicidade no assassinato de seu irmão; e enquanto eles festejavam, ela deixou o rio entrar na câmara por um vasto canal secreto. Isso foi tudo o que os sacerdotes disseram dela, além de que quando ela fez isso, ela se lançou em uma câmara cheia de cinzas quentes, para escapar da vingança.

Nenhuma fonte antiga foi encontrada para corroborar os relatos de Heródoto e, na falta de registros egípcios de tal rainha, os estudiosos concluíram que ela era um mito ou o resultado de um antigo erro ortográfico.

O egiptólogo Percy E. Newberry, em 1943, defendeu sua existência, mas a maioria dos egiptólogos continuava a considerá-la mítica até muito recentemente. Embora o debate continue, Nitócris é agora mais amplamente aceita como a primeira Rainha reinante do Egito.

1° Período Intermediário e Reino Médio:
Sobeknefru

O Primeiro Período Intermediário do Egito (2181-2040 a.C) foi uma época de um governo central fraco após o colapso do Reino Antigo. Registros dessa época sobre monarcas, assim como outros aspectos da história, são freqüentemente confusos e apenas se estabilizam a partir do Reino Médio (2040-1782 a.C).

O Reino Médio do Egito foi estabelecido com a 11ª Dinastia pelo príncipe tebano Mentuhotep II (c. 2061-2010 a.C), que foi saudado como um "segundo Menés" por unir o país. A 11ª dinastia estabeleceu as bases para a próxima, que é considerada responsável por um dos períodos mais importantes da história egípcia.

Estátua do faraó Mentuhotep II. Museu do Cairo.

A 12ª Dinastia do Egito é famosa por sua literatura poderosa, obras de arte e monumentos inspiradores e campanhas militares que ajudaram a promover uma sociedade estável e abastada.

Também é conhecida por sua última monarca, a rainha Sobeknefru (c. 1807-1802 aC), a primeira mulher conhecida a governar o Egito desde Nitócris. Sobeknefru, diferentemente do faraó feminino posterior, Hatshepsut (1479-1458 a.C), governou como uma mulher em trajes femininos.

Estátua de Sobeknefru. Museu de Berlim.

Este aspecto de seu reinado é especialmente interessante, uma vez que ela não fez nenhum esforço para continuar a tradição de um homem no trono e não há evidência de resistência ao seu domínio ou a sua escolha de reinar como mulher.

Sobeknefru construiu o templo de Sobek na cidade de Crocodilópolis ou fundou aquela cidade ao sul de Hawara, assim como comissionou outros projetos de construção na tradição de grandes monarcas anteriores. Ela morreu sem um herdeiro e o reino passou para Sobekhotep I (c. 1802-1800 a.C), que iniciou a 13ª dinastia.

A 13ª Dinastia foi mais fraca que a 12ª e permitiu que um povo estrangeiro, os hicsos, ganhassem poder no Baixo Egito e eventualmente governassem uma grande área ao sul do Delta. Esta Era foi conhecida como o 2° Período Intermediário do Egito (c. 1782-1570 aC), no qual o governo central era novamente fraco e os hicsos mantinham as regiões do norte, enquanto os núbios expandiram o controle do sul.

Tebas ficou entre estes dois e, por volta de 1570 a.C, o príncipe tebano Amósis I (c. 1570-1544 a.C) expulsou os hicsos e núbios do Egito e uniu o país sob seu governo, iniciando o período do Reino Novo (c. 1570-1069 a.C). Registros do 2° Período Intermediário, assim como os do fim do Reino Antigo e do 1° Período Intermediário, são fragmentados e muitas vezes pouco claros e não há mulheres mencionadas como governantes importantes.

O Reino Novo:
Aotepe I, Amósis-Nefertari, Hatshepsut, Tiye, Nefertiti, Nefertari, Tausert

O Reino Novo no Egito, no entanto, viu um grande número de mulheres em posição de poder desde o início. A mãe de Amósis I, a rainha Aotepe I (c. 1570-1530 a.C) liderou a repressão a uma rebelião de simpatizantes hicsos enquanto Amósis I estava em campanha contra os núbios no sul. Ela tinha o respeito dos militares e operou de forma independente e com sucesso, sem consultar seu filho.

Anel da rainha Aotepe I. Museu do Louvre.

Aotepe I manteve a posição de Esposa do deus Amon, um título honorário que existia desde o Reino Médio, que era em grande parte cerimonial. Ela passou essa posição para a esposa de Amósis I, Amósis-Nefertari, e sob a autoridade dela essa posição se tornou um dos cargos políticos e religiosos mais poderosos do país.

A esposa do deus Amon era a contraparte feminina do sumo sacerdote, podia entrar no santuário interior do deus e era capaz de fazer sacrifícios e participar das procissões sagradas. Ela também era recompensada com terras isentas de impostos, ouro, prata, servos e ofertas feitas ao templo.

Amósis-Nefertari, e muitos dos que ocuparam o cargo depois dela, exerceram um influência significativa e, em um exemplo famoso, chegaram a governar o Egito. Hatshepsut (1479-1458 a.C) é uma das monarcas mais conhecidas do Egito. Ela era filha de Tutmés I (1520-1492 a.C) e subiu ao trono como regente de Tutmés III (1458-1425 a.C).

Estátua da rainha Hatshepsut. MET. N° 29.3.2

Ela também tinha sido esposa do deus Amon, mas entregou esse título para sua filha Neferure pouco depois de assumir o governo. Hatshepsut está entre os governantes mais poderosos e bem sucedidos da história do Egito. O país floresceu sob seu reinado, e ela foi responsável pelo comércio bem-sucedido (como sua famosa expedição à Terra de Punt), campanhas militares e grandes construções monumentais, além de novos templos no Complexo de Karnak.

Obelisco da rainha Hatshepsut no complexo de templos de Karnak, Tebas.

Ao contrário de Sobekneferu, Hatshepsut decidiu governar como homem e é consistentemente representada como homem durante a maior parte do seu reinado. Por que ela escolheu fazer isso não sabemos, mas depois de sua morte, suas inscrições e monumentos foram desfigurados ou destruídos.

A razão para isso também não é clara, mas um das possibilidades é que isso foi feito para impedir que futuras mulheres assumissem a posição de faraó e governassem como homem.

A rainha Tiye (1398-1338 a.C), esposa de Amenófis III (c.1386-1353 a.C), que governou em uma das épocas mais prósperas da história egípcia, não governou diretamente mas foi certamente uma força poderosa.

Busto da rainha Tiye. Museu de Berlim.

Tiye freqüentemente ajudava seu marido em questões de estado, reunia-se com diplomatas e mantinha sua própria correspondência com outros líderes estrangeiros. Ela não foi apenas uma presença formidável na corte de Amenófis III, mas continuou a exercer sua influência sobre seu filho, Akhenaton (1353-1336 a.C), que teria um impacto dramático sobre a história egípcia.

Akhenaton, conhecido como o "rei herege", aboliu as práticas religiosas tradicionais do Egito e fechou os templos quando ordenou a adoração de um único deus, Aton o disco solar. Ele também mudou a capital para uma nova cidade que ele comissionou, Akhetaten, onde ele se ocupou de seus próprios interesses e negligenciou a administração do país.

Ele pode ter feito isso não por genuíno zelo religioso, mas para conter o poder e a influência dos sacerdotes de Amon, cuja riqueza havia sido uma constante ameaça ao trono desde a época do Antigo Império. Tiye havia reconhecido esse problema mais cedo e pode ter sugerido essa solução para Akhenaton (pura especulação).

A esposa de Akhenaton, Nefertiti (c. 1370-1336 a.C) assumiu suas responsabilidades, uma vez que ele mudou a capital para sua própria cidade privada. Seu envolvimento com assuntos do Estado é evidenciado por várias cartas dela para dignitários estrangeiros.

O famoso busto da rainha Nefertiti. Museu de Berlim.

O busto de Nefertiti está entre os mais famosas do antigo Egito, tendo sido obra do escultor Tutmés. Quando Akhenaton se retirou de seu papel de monarca, Nefertiti parece ter sido aquela que estabilizou o governo e acalmou as potências estrangeiras envolvidas com o Egito.

Na 19ª dinastia, Nefertari (c. 1255 a.C) foi a rainha de Ramsés II (1279-1213 a.C) e foi igualmente influente durante a sua administração. Nefertari (também ex-esposa do deus Amon) era altamente educada e participava regularmente de assuntos da corte. Ramsés II construiu seu famoso templo de Abu Simbel em sua homenagem e ela está entre as rainhas mais conhecidas do período.

O templo funerário de Abu Simbel apresenta estátuas do faraó Ramsés II ao lado de sua rainha Nefertari.

A 19ª dinastia termina com o reinado de outra poderosa rainha Tausert (1191-1190 a.C). Ela era a rainha-mãe do rei Siptá, que morreu quando tinha apenas dezesseis anos.

Tausert então governou o Egito até sua morte em 1190 a.C, quando o poder passou para Setnakht (1190-1186 a.C) que fundou a 20ª Dinastia, a última a reinar antes do Reino Novo se desintegrar no 3° Período Intermediário (c.1069-525 a.C).

3° Período Intermediário e Egito Ptolomaico
Amenirdis I, Nitócris I, Cleópatra VII

A era conhecida como o 3° Período Intermediário do Egito é freqüentemente caracterizada como uma dissolução sombria da cultura egípcia, principalmente porque após esse período não há mais um Egito unido sob um forte governo central.

Mas esse período não foi tão caótico e sombrio como muitos estudiosos fizeram parecer, e houve um número significativo de mulheres que detiveram o poder no seu curso.

Entre as mais impressionantes está a esposa do deus Amon, e filha do rei Cáchita (c. 750 a.C), Amenirdis I (714-700 a.C). Amenirdis I controlou Tebas através de sua posição religiosa e efetivamente governou o Alto Egito. Seu poder era tão grande que ela foi capaz de criar uma estabilidade, enquanto seu irmão Shabaka (721-707 a.C) estava em campanhas no Baixo Egito para unir o país.

Mais tarde, outra esposa do deus Amon, Nitócris I (655-585 a.C) se tornaria tão poderosa que governou sete distritos no Alto Egito e quatro no Baixo Egito. Ela era a mais rica de todas as esposas de Amon na história e recebia respeito e oferendas do sacerdócio e da realeza.

Sarcófago da rainha Nitócris I. Museu Egípcio, Egito.

Nitócris I também está entre as mais famosas esposas de Amon com muitas inscrições em Karnak e em outros lugares que relatam como ela chegou a essa posição, a enorme quantidade de tributo que ela recebia e as áreas sobre as quais ela governou. Seu nome talvez tenha contribuído para a opinião de alguns estudiosos de que a Nitócris do Reino Antigo era mítica, mas isso é especulativo.

A invasão persa de 525 a.C. deu um fim a posição da esposa de Deus de Amon, e nenhuma outra monarca feminina ou mulher de título foi registrada até a dinastia ptolemaica (323-30 aC) e o reinado de Cleópatra VII.

Busto de Cleópatra VII.

Sob a última parte da dinastia ptolomaica, o Egito estava em constante declínio até que a Cleopatra VII inverteu essa tendência. Ela, como Nefertari, Nefertiti e outras, era bem-educada, falava várias línguas e demonstrava grande habilidade e talento como política.

Sua queda foi causada por Otaviano (mais tarde, Augusto), que não era tão manipulável quanto Júlio César ou Marco Antônio, seus dois ex-amantes. Depois de derrotar Cleópatra e Antônio na Batalha de Áccio, Otaviano se tornaria o primeiro imperador de Roma e anexaria o Egito, iniciando o período romano do país.

Cleópatra VII causou uma impressão duradoura na história e hoje é provavelmente o primeiro nome que vem à mente quando se pensa em uma rainha egípcia. No entanto várias mulheres vieram antes dela, e é provável que houveram muitos outras cujos nomes foram perdidos, que sem dúvida contribuíram significativamente para a grande civilização do antigo Egito.

Tradução de texto escrito por Joshua J. Mark
Março de 2017

Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ
Postado por Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

Fontes bibiliográficas
  • Queen Nitocris of the 6th Dynasty by Percy E. Newberry
  • David, R. Handbook to Life in Ancient Egypt. Oxford University Press, 2007.
  • Graves-Brown, C. Dancing for Hathor: Women in Ancient Egypt. Bloomsbury Academic, 2010.
  • Pinch, G. Egyptian Mythology: A Guide to the Gods, Goddesses, and Traditions of Ancient Egypt. Oxford University Press, 2004.
  • Roberts, A. Hathor Rising: The Power of the Goddess in Ancient Egypt. Inner Traditions, 1997.
  • Strudwick, H. The Encyclopedia of Ancient Egypt. Metro Books, 2006.
  • Tyldesley, J. Daughters of Isis: Women of Ancient Egypt. Penguin Books, 1995.
  • Van De Mieroop, M. A History of Ancient Egypt. Wiley-Blackwell, 2010.
  • Waterfield, R. translator. Herodotus: The Histories. Oxford University Press, 2008.
  • Watterson, B. Women in Ancient Egypt. Amberley Publishing, 2011.
  • Wilkinson, R. H. The Complete Gods and Goddesses of Ancient Egypt. Thames & Hudson, 2003.
  • Wilkinson, T. The Rise and Fall of Ancient Egypt. Random House Trade Paperbacks, 2013.
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