MOSCATI, Sabatino. Como reconhecer a arte mesopotâmica. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1985.
Esse livro faz parte de uma série dedicada a História da Arte. Além desse volume, também há exemplares tratando das artes Egípcia, Grega, Etrusca, Romana, Românica, Gótica, Islâmica, Renascimento, Chinesa, Rococó e Barroca.
O que chama mais atenção nessa obra é a linguagem. Embora o autor seja um arqueólogo, sua análise da arte tem um linguajar artístico e não histórico. O autor escreve como se estivesse conversando com estudantes de arte. Então se prepare para muitos jargões técnicos.
As artes mesopotâmicas são divididas em quatro categorias: Arquitetura, Estatuária, Relevo ornamental e Artes Menores.
Embora o livro seja altamente ilustrado, chama atenção a quantidade mínima de elementos artísticos trabalhados na obra. Apenas algumas poucas obras são citadas e as análises são extremamente rápidas. Fiquei bastante decepcionado, pois em minhas pesquisas pela web encontrei informações muito mais relevantes, além de uma quantidade muito maior de obras. A arte mesopotâmica é muito rica, há muita informação com a qual trabalhar, é uma pena ver um livro que se limita tanto.
Talvez na década de 1980, antes da ascensão da internet, uma obra assim fosse relevante. Atualmente ela é totalmente dispensável.
Outra questão, embora a obra tenha sido lançada por uma editora brasileira, o livro é totalmente escrito em português de Portugal. A obra apenas foi lançada aqui, mas a impressão foi feita em Lisboa pelas Edições 70.
Falta de bibliografia ou referências
O livro não possui nenhum tipo de bibliografia. Pessoalmente acho muito difícil respeitar qualquer obra com essa característica. Porque há duas possibilidades para justificar esse fato:
1° - O autor não usou nenhuma obra de referência no desenvolvimento da obra. Ele se considera um gênio e não precisa saber da opinião de outros especialistas.
2° - O autor usou outras obras como referência, mas ele ou a editora decidiram deixar essas referências de fora. Dessa forma eles mostram que não há realmente um comprometimento com a credibilidade do trabalho que estão produzindo. Essa opção é quase aceitável nos casos em que o público visado é o infantil.
Em ambos os cenários, essa característica é um péssimo sinal.
Para finalizar, a capa do livro mostra uma obra muita famosa da arte mesopotâmica: a estátua de Gudea de Lagash. Várias estátuas desse rei foram encontradas na cidade de Lagash e estão atualmente em exibição no Museu do Louvre, em Paris.
Resenha publicada em 23/09/2018.
Escrita por
Moacir Führ
Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.