Autor: Sabatino Moscati
Título original: Come riconoscere l'arte mesopotamica
Páginas: 64
Editora: Livraria Martins Fontes
Ano da edição: 1989
Idioma: Português
Os diferentes volumes dessa coleção constituem, no seu conjunto, uma autêntica história da arte. Assinados por especialistas italianos, apresentam uma estrutura mais ou menos idêntica: após uma brevíssima introdução, são analisados três setores principais - a arquitetura, a escultura e a pintura repesctivas, assim como, em alguns casos, outras artes.
A importância prática e cultural dessa coleção é atestada pelo vasto acolhimento que teve internacionalmente, estando já editada em doze países.
Sabatino Moscati (1922-1997) foi um arqueólogo e linguista italiano conhecido por seu trabalho sobre os fenícios e cartagineses. Em 1954 se tornou professor de Filologia semita na Universidade de Roma onde estabeleceu o Instituto de Estudos do Oriente Próximo. Sabatino dirigiu diversas escavações, e no processo se tornou reconhecido internacionalmente.
MOSCATI, Sabatino. Como reconhecer a arte mesopotâmica. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1985.
Esse livro faz parte de uma série dedicada a História da Arte. Além desse volume, também há exemplares tratando das artes Egípcia, Grega, Etrusca, Romana, Românica, Gótica, Islâmica, Renascimento, Chinesa, Rococó e Barroca.
O que chama mais atenção nessa obra é a linguagem. Embora o autor seja um arqueólogo, sua análise da arte tem um linguajar artístico e não histórico. O autor escreve como se estivesse conversando com estudantes de arte. Então se prepare para muitos jargões técnicos.
As artes mesopotâmicas são divididas em quatro categorias: Arquitetura, Estatuária, Relevo ornamental e Artes Menores.
Embora o livro seja altamente ilustrado, chama atenção a quantidade mínima de elementos artísticos trabalhados na obra. Apenas algumas poucas obras são citadas e as análises são extremamente rápidas. Fiquei bastante decepcionado, pois em minhas pesquisas pela web encontrei informações muito mais relevantes, além de uma quantidade muito maior de obras. A arte mesopotâmica é muito rica, há muita informação com a qual trabalhar, é uma pena ver um livro que se limita tanto.
Talvez na década de 1980, antes da ascensão da internet, uma obra assim fosse relevante. Atualmente ela é totalmente dispensável.
Outra questão, embora a obra tenha sido lançada por uma editora brasileira, o livro é totalmente escrito em português de Portugal. A obra apenas foi lançada aqui, mas a impressão foi feita em Lisboa pelas Edições 70.
O livro não possui nenhum tipo de bibliografia. Pessoalmente acho muito difícil respeitar qualquer obra com essa característica. Porque há duas possibilidades para justificar esse fato:
1° - O autor não usou nenhuma obra de referência no desenvolvimento da obra. Ele se considera um gênio e não precisa saber da opinião de outros especialistas.
2° - O autor usou outras obras como referência, mas ele ou a editora decidiram deixar essas referências de fora. Dessa forma eles mostram que não há realmente um comprometimento com a credibilidade do trabalho que estão produzindo. Essa opção é quase aceitável nos casos em que o público visado é o infantil.
Em ambos os cenários, essa característica é um péssimo sinal.
Para finalizar, a capa do livro mostra uma obra muita famosa da arte mesopotâmica: a estátua de Gudea de Lagash. Várias estátuas desse rei foram encontradas na cidade de Lagash e estão atualmente em exibição no Museu do Louvre, em Paris.
Resenha escrita em 23/09/2018.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.