MORAES, Antônio Carlos Robert. A Fazenda de Café. São Paulo: Editora Ática, 1993.
A Fazenda de Café é um livro da coleção O Cotidiano da História, publicada pela Editora Ática na década de 90. A série apresenta pequenas histórias de ficção-histórica com ilustrações, que ajudam a compreender o cotidiano das pessoas em diversos períodos históricos. Esse volume apresenta a sociedade do café no Vale do Paraíba, durante o período Imperial no ano de 1881.
O conto apresentado pelo autor narra alguns dias da vida de Eduardo e Cândido, dois amigos que estão de férias da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (atual USP). Cândido é filho de fazendeiros simples de Ribeirão Preto e, Eduardo, é filho de um grande Barão do café de Lorena, cidade do Vale do Paraíba. Os dois não poderiam ser pessoas mais diferentes: Cândido é um republicano abolicionista, e Eduardo é o filho alienado de um senhor de escravo, que prefere ignorar as desigualdades, e culpar os negros e pobres por seu próprio destino.
Os dois decidem passar alguns dias em Lorena e viajam de cavalo até lá, uma viagem de cerca de 200 km. No caminho são confrontados com casos de tortura de escravos, pobreza extrema e, ao chegar, ainda precisam enfrentar o conservadorismo do Barão. Ele vê com maus olhos as novas ideias republicanas e abolicionistas, que ameaçam a sua fazenda de café, que ainda se mantém dentro do modelo escravocrata.
O livro é uma leitura rápida e leve, mas mesmo assim informativa. Levando em conta ser um livro para o público infanto-juvenil, é uma boa visão do cenário social do Brasil agrário no final do século 19. Ao longo do conto também estão presentes alguns quadros que resumem alguns aspectos do período como O Café no Vale do Paraíba, A colheita e o beneficiamento do café e Café e escravidão.
Resenha publicada em 19/05/2020.
Escrita por
Moacir Führ
Moacir tem 33 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.