1 - 25 de dezembro de 800: nasce um Império na Europa: Uma introdução.
2 - A estirpe carolíngia: Sobre a ascensão dos Carolíngios. Carlos Martel, Pepino o Breve, as relações com o papado e o fim da dinastia Merovíngia.
3 - Carlos Magno e a dilatatio regni: Sobre a as causas e os mecanismos da expansão militar sob Carlos Magno. Destaque para a luta contra os saxões.
4 - O título imperial: Uma descrição dos eventos do ano 800, trabalhando as razões do Papa e de Carlos Magno para a coroação do rei franco como Imperador Romano do Ocidente.
5 - O governo do Império: A economia e a administração do império franco sob Carlos Magno.
6 - O Renascimento Carolíngio: Sobre o movimento cultural que marcou o reinado de Carlos Magno. A Escola Palatina, o incentivo a produção de livros, a educação do clero, a busca por intelectuais e as consequências para a educação e a arquitetura.
7 - Os sucessores de Carlos Magno: Sobre Luís, o Piedoso (r. 814-840), o Tratado de Verdun (843) e o declínio do poder dos Carolíngios no século 9.
8 - O destino do título imperial: Sobre o título imperial após a morte de Carlos Magno. A relação entre o papado e os imperadores ocidentais posteriores.
Autor: José Roberto Mello
Coleção: Série Princípios
Páginas: 80
Editora: Ática
Ano da edição: 1990
Idioma: Português
Análise da trajetória do império carolíngio, que correspondeu a um verdadeiro renascimento, por sua importância cultural.
José Roberto Mello é um historiador que já publicou muitos artigos e livros sobre a Idade Média. Foi professor de História Antiga e Medieval da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília. É autor de livros como O cotidiano no imaginário medieval, As cruzadas, O Império de Carlos Magno. Também escreveu artigos como As origens medievais da lenda de Robin Hood, Aspectos da marginalidade medieval: algumas abordagens recentes, entre outros.
MELLO, José Roberto. O Império de Carlos Magno. São Paulo: Ática, 1990.
O Império de Carlos Magno é uma obra introdutória sobre o reino dos Francos. O autor fala da ascensão dos Carolíngios no século 8, do Império de Carlos Magno - o mais famoso rei dos francos - e da sua importância, do Tratado de Verdun (843) e do declínio dessa dinastia no século 9. É uma obra bem completa para os iniciantes, já que o autor trabalha não apenas as questões políticas e militares, mas também comenta a situação econômica e a organização administrativa do reino.
Esse é um livro de leitura muito agradável. É uma obra muito organizada, muito bem escrita, e o autor demonstra uma grande capacidade de síntese. É, com certeza, a obra mais indicada para os interessados em iniciarem os seus estudos no tema. Além de ser uma obra curta, que pode ser lida tranquilamente em um ou dois dias.
O livro é composto de oito capítulos:
Exibir conteúdo dos capítulosResenha escrita em 08/10/2020.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.
Bibliotecas do Renascimento Carolíngio
O suporte que tais centros [mosteiros e catedrais] forneciam aos estudos residia nas suas bibliotecas, cujo conteúdo conhecemos pelas listas de livros deixadas pelos bibliotecários. A média oscilava entre trezentos e quatrocentos volumes, contando tanto com autores clássicos como cristãos. O total dos centros, entre sés episcopais e abadias, estava em torno de quarenta e sete, espalhados pelas terras da Alemannia, Gália e Itália. Porém eles não ficavam de modo algum isolados, havendo intensa permuta de informações e de livros entre suas bibliotecas e escolas. (p.48)
Serviço militar dos francos
Embora o serviço militar [carolíngio] fosse de caráter público, reservado aos homens livres, nem todos estavam aptos para dele participar, porquanto o equipamento e parte da alimentação corriam por conta do combatente e custavam muito caro. Assim era necessário que o indivíduo, mesmo livre, possuísse recursos. As autoridades eram portanto compelidas a realizar uma classificação da população através da riqueza, principalmente fundiária, mas não exclusivamente, para verificar o número de combatentes que cada proprietário deveria fornecer. Em certas localidades, como faltassem recursos aos habitantes para participar individualmente, eles se cotizavam para equipar um ou mais cavaleiros. Os eclesiásticos eram pessoalmente isentos, contudo deveriam fornecer homens-de-armas em quantidade proporcional aos bens estimados. (p.17)
O controle dos povos conquistados
Carlos Magno foi obrigado a adotar providências especiais para garantir o controle eficiente dos territórios ocupados. Entre elas estavam a já tradicional tomada de reféns entre as principais famílias da região, como garantia do bom comportamento do adversário, e a instalação de guarnições militares e governadores de confiança no local. Além disso ele recorreu também ao deslocamento da população em algumas áreas, substituindo-a por colonos francos, e procedeu à incorporação dos combatentes vencidos ao exército carolíngio. Mais que tudo, porém, foi importante o recurso à atividade da Igreja, através de missionários e da implantação de conventos e dioceses entre os conquistados. Sob a chefia de homens leais ao monarca, não só lhe garantiam a fidelidade da população, como também, ao converter os pagãos, operavam uma eficiente obra de aculturação, retirando-lhes boa parte da identidade cultural, facilitando destarte sua integração ao orbe cristão carolíngio. (p.18)