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Conteúdos dos capítulos do livro

Prefácio - Sobre o livro.

1 - A fundação de Constantinopla - Constantinopla no século 4. Fundação e contexto político da Roma Antiga. As reformas de Dioclesiano e Constantino.

2 - Resumo histórico - História política do Império Bizantino desde o século 4 até 1453. Capítulo muito geral, com nomes e datas e pouca informação relevante.

3 - A constituição imperial e o reino do direito - A organização política do Império Bizantino. Os poderes do imperador, do patriarca, do senado e do exército. Os demos (bairros). Os códigos de direito mais importantes.

4 - A administração - Sobre como o império era administrado. Os órgãos de governo, os funcionários, as províncias e themas, os gastos públicos e os impostos. Estado super interventor. Punições e penas para crimes.

5 - A religião e a Igreja - Sobre a religião cristã ortodoxa durante o Império Bizantino. A importância do imperador e do patriarca. A relação da igreja oriental com o Papa de Roma. As heresias religiosas mais importantes. Mosteiros e monges. A tolerância da igreja oriental e a cultura supersticiosa. Imagens e relíquias.

6 - Exército, marinha e diplomacia - Sobre o Exército e a sua organização. E como a política de guerra se alterou ao longo dos séculos. O papel da marinha de guerra e como foi o seu desenvolvimento. Também fala da diplomacia e de como os bizantinos preferiam usar meios diplomáticos para evitar a guerra sempre que possível. No geral, a política de Bizâncio teve uma tendência a ser defensiva.

7 - Comércio - A importância do comércio para a riqueza do império. As rotas comerciais e o papel dos sírios no comércio. O bicho da seda e a indústria bizantina. A entrada das cidades italianas a partir do século 10 e 11, e como as relações com Veneza e Gênova moldaram a história de Bizâncio na baixa idade média. O capítulo também fala sobre o intervencionismo estatal, as corporações e a regulações que existiam sobre o comércio e a indústria.

8 - Vida urbana e vida rural - Sobre a organização da cidade de Constantinopla e a vida das classes mais altas. A vida cotidiana na cidade. Outras cidades do império. A vida no campo e o papel da igreja no dia a dia. Os monges, eremitas e santos. As características do caráter bizantino.

9 - Educação e ensino - Sobre a visão da educação e do conhecimento em Bizâncio. Os conteúdos ensinados, as escolas, os professores, as universidades, as bibliotecas. Os conhecimentos bizantinos em cada disciplina. A medicina e os hospitais.

10 - Literatura bizantina - Sobre os livros e a literatura no império. Destaque para escritos religiosos e livros de História. Na poesia se destaca o poema Digenes Acritas.

11 - Arte bizantina - Sobre o legado artístico bizantino. As influências artísticas orientais (persas principalmente) e helênicas e como o estilo helênico clássico reaparecia de tempos em tempos. Destaque para a arquitetura, baixos-relevos, mosaicos, esculturas e iluminuras.

12 - Os vizinhos de Bizâncio - A relação de Bizâncio com os seus vizinhos orientais e ocidentais. Os búlgaros, sérvios, eslavos nas Balcãs. No oriente, russos, árabes e turcos. E no ocidente, os italianos, franceses, germanos e ingleses. O conhecimento bizantino chega ao ocidente no século 14 e 15.

Livros   >    Baixa Idade Média

A Civilização Bizantina

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Capa do livro A Civilização Bizantina, de Steven Runciman
Informações técnicas

Autor: Steven Runciman
Título original: Byzantine Civilization
Páginas: 233
Editora: Zahar
Primeira publicação: 1933
Ano da edição: 1961
Idioma: Português

Sinopse

A civilização greco-romana orientalizada, que representou a última fase do Império Romano e teve sua capital em Constantinopla, é o tema deste livro. Partindo de um esboço histórico dos principais fatos desses onze séculos pelos quais se estende a história de Bizâncio, o Autor se ocupa principalmente das várias instituições e aspectos da vida no mundo bizantino, buscando antes descrever e analisar o espírito daquela civilização do que apresentar apenas um relato cronológico de seus acontecimentos marcantes.

Historiador
Steven Runciman

James Cochran Stevenson Runciman (1903-2000) foi um historiador inglês célebre por seu trabalho a respeito da Idade Média, e mais especificamente por sua obra em três volumes, Uma História das Cruzadas, publicada entre 1951 e 1954, além de ser autor de várias obras sobre o Império Bizantino.

Análise do livro
4/5 BOM

RUNCIMAN, Steven. A Civilização Bizantina. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1961.

A Civilização Bizantina é um livro escrito pelo escritor inglês Steven Runciman sobre o Império Romano do Oriente, também chamado de Império Bizantino, que existiu entre 330-1453.

Antes da nossa resenha, confira abaixo as informações contidas em cada capítulo do livro:

Exibir conteúdo dos capítulos

Sobre o livro

Como você pôde observar a obra é dividida em capítulos com tópicos bem definidos. Ao invés de escrever o livro em ordem cronológica, e ir discutindo os temas de forma natural conforme a história se desenvolvesse, o autor decidiu por fazer uma separação drástica entre cada tópico e tratar tudo de forma separada. Um estilo de escrita que também é adotado por autores como Mario Curtis Giordani e, algumas vezes, por Hilário Franco Jr.

No geral, o livro é bem escrito e a leitura é muito agradável. Durante 90% da leitura, essa foi uma obra que me deu muito prazer. Mas alguns capítulos (2, 4 e 5) são fracos e confusos, principalmente porque o autor exagera na quantidade de exemplos, datas e nomes de indivíduos.

Há muita informação e pouca análise, algo que me lembrou algumas obras do historiador Eric Hobsbawn. Exemplos demais só servem para tornar a escrita confusa. O autor deve se focar no seu argumento e defendê-lo. Exemplos práticos não são, necessariamente, suficientes para comprovar algo e muito menos servem para entender as razões por trás dos eventos.

Outro problema da escrita do autor, que nesse caso ocorre durante todo o livro, é fazer comentários do tipo "Na época do imperador tal, ou durante tal dinastia aconteceu isso…” Ou seja, o autor espera que o leitor saiba quando todos os imperadores governaram e quando as dinastias estavam no poder. Isso seria facilmente resolvido fazendo uma pequena adaptação na escrita, assim: "Na época do imperador tal (séc.11) ..." Dessa forma, se garante que todos os leitores estejam acompanhando o raciocínio e tenham uma boa noção cronológica. Esse erro se torna ainda mais grave se levarmos em conta o fato de que o livro foi escrito em uma época sem internet. Era realmente difícil ter acesso a essas informações!  Hoje em dia eu posso simplesmente digitar o nome do imperador no celular e ver qual foi o período em que ele reinou. Mancada do autor e dos editores responsáveis.

A ocultação das fontes primárias

Outro aspecto que me chamou a atenção foi a forma como o autor lidou com algumas fontes primárias. Em vários momentos da obra o autor chama a atenção para a existência de uma determinada fonte e fala da sua importância. No capítulo sobre literatura bizantina, ele chega a comentar os estilos de escritas de poemas, obras históricas e outras fontes do império bizantino. Minha dúvida é: Se o autor realmente tinha acesso a essas fontes porque ele não colocou trechos interessantes delas no livro?

Na página 194 o autor fala sobre o grande poema profano bizantino, a obra Digenes Acritas. Não seria muito interessante colocar um bom trecho desse poema no livro, para que o leitor pudesse ter contato direto com essa fonte e tirar suas próprias conclusões? Da mesma forma, o autor cita a historiadora Ana Comnena em várias passagens da obra. Porque não colocar alguns trechos da sua obra para reforçar seus argumentos sobre a escrita dessa historiadora do século 11-12? Me parece uma grande oportunidade perdida.

A questão do acesso as fontes primárias é, até hoje, um grande problema na história. Mesmo com todas as tecnologias digitais que existem atualmente, as fontes primárias não recebem o devido valor que deveriam receber pelos historiadores. Obras como o poema Digenes Acritas ou a obra histórica A Alexíada até podem ser encontradas em português, mas normalmente apenas em versões pagas, muitas vezes com preços abusivos. Tais traduções logo se tornam esgotadas e ficam restritas a um público de algumas dezenas de pessoas, quando deveriam ser de domínio público e estar disponíveis para todos que tivessem interesse nelas.

Não parece algo muito triste, um historiador dedicar meses a traduzir um texto clássico e depois tomar todas as ações possíveis para que apenas um número restrito de pessoas tenham acesso a ele?! Negando a possibilidade de que outros apaixonados pelo tema tenham acesso a isso e forçando a produção de novas traduções que vão seguir o mesmo padrão de exclusividade de acesso?

O que torna tudo isso ainda mais idiota é o fato que de sabemos que ninguém ficará rico lançando uma tradução de A Alexíada. Uma obra como essa dificilmente terá uma tiragem maior do que 100 exemplares. Mas, pela lógica do capitalismo é melhor ganhar 400 reais do que dar uma contribuição permanente e incalculável para a área em que você trabalha. Só nos resta mesmo ter acesso à versão original e às traduções para o inglês, essas sim disponíveis online e de forma gratuita.

Conclusão

Para finalizar, para todos os interessados em história bizantina, eu recomendo a leitura da obra, pelo menos dos capítulos 1, 3 e 6 ao 12, que são muito gostosos de ler e trazem informações muito importantes. Chama atenção para os capítulos 6, 7 e 9. Excelentes textos e com conteúdos fascinantes.

Essa obra está disponível na Library Genesis em epub e pdf. Quem tiver interesse em saber informações detalhadas sobre o conteúdo do livro pode conferir minhas anotações de leitura e as fotos da obra, links para ambos no menu lateral.

Resenha escrita em 20/04/2024.

Foto do membro da equipe: Moacir Führ
Escrita por Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

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