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Deuses e práticas religiosas gregas

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Capa do artigo: Deuses e práticas religiosas gregas

Estátua de mármore de Poseidon encontrada em Melos. Cerca de 125-100 a.C.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

Os antigos gregos adoravam muitos deuses, cada um com uma personalidade e domínio distintos. Mitos gregos explicavam as origens dos deuses e suas relações individuais com a humanidade. A arte da Grécia clássica e arcaica ilustra muitos episódios mitológicos, incluindo uma iconografia estabelecida de atributos que identificam cada deus.

Os deuses

Havia doze divindades principais no panteão grego. Acima de todos estava Zeus, o deus do céu e pai dos deuses, a quem o boi e o carvalho eram sagrados; seus dois irmãos, Hades e Poseidon, reinavam sobre o submundo e sobre o mar, respectivamente.

Representação de Zeus em vaso grego. Cerca de 470-460 a.C. Museu do Louvre. N° G204. Via Theoi

Hera, irmã e esposa de Zeus, era rainha dos deuses; ela era freqüentemente retratada usando uma coroa alta.

A sábia Atena, a deusa patronal de Atenas, que normalmente aparece de armadura completa com elmo e lança, também era a padroeira da tecelagem e da carpintaria. A coruja e a oliveira eram sagradas para ela.

O jovem Apolo, que muitas vezes é representado com uma kithara, era o deus da música e da profecia. A julgar pelos seus muitos locais de culto, ele foi um dos deuses mais importantes da religião grega. Seu principal santuário em Delfos, onde os gregos vinham fazer perguntas ao oráculo, era considerado o centro do universo.

Representação do deus Apolo com uma khitara em vaso grego do período clássico. Museu do Vaticano. N° 16568

A irmã gêmea de Apolo, Artemis, padroeira da caça, muitas vezes carregava um arco e aljava. Hermes, com suas sandálias aladas e o elaborado cajado de arauto, o Caduceu, era o deus mensageiro.

Outras divindades importantes eram Afrodite, a deusa do amor; Dionísio, o deus da vitória e do teatro; Ares, o deus da guerra; e o manco Hefestos, o deus da metalurgia. Os gregos antigos acreditavam que o Monte Olimpo, a montanha mais alta da Grécia continental, era o lar dos deuses.

Práticas religiosas e relação com os deuses

A prática religiosa na Grécia Antiga era essencialmente de natureza conservadora, baseava-se em observâncias consagradas pelo tempo, muitas enraizadas na Idade do Bronze (3000–1050 a.C), ou mesmo antes. Embora a Ilíada e a Odisséia de Homero, que se acredita terem sido compostas por volta do século 8 a.C, fossem influências poderosas no pensamento grego, os antigos gregos não tinham um único trabalho orientador de escrituras como a Torá judaica, a Bíblia cristã ou o Corão da religião muçulmana.

Vários papiros com textos Homéricos sobreviveram, desde pequenos trechos até diversos rolos. Só na Biblioteca Britânica há mais de 33 desses papiros. Mas o maior deles é o Papiro 114, o Bankes Homer. O fragmento tem cerca de 2,3 metros de largura. É muito raro um pergaminho tão bem preservado quanto esse. Originalmente publicado no século 2 d.C., ele contém boa parte do livro final da Ilíada.

Eles também não tinham uma estrita casta sacerdotal. A relação entre seres humanos e divindades era baseada no conceito de troca: deuses e deusas esperavam receber presentes. As oferendas votivas, que foram escavadas aos milhares dos santuários, eram uma expressão física de agradecimento por parte de adoradores individuais.

Templos, sacrifícios e festivais

Os gregos adoravam os deuses em santuários localizados, de acordo com a natureza da divindade em particular, dentro da cidade ou no campo. Um santuário era um espaço sagrado bem definido. Este recinto sagrado, também conhecido como temenos, continha o templo com uma imagem monumental de culto da divindade, um altar ao ar livre, estátuas e oferendas votivas aos deuses e, muitas vezes, características da paisagem, como árvores sagradas ou nascentes.

Muitos templos se beneficiaram de seu ambiente natural, o que ajudou a expressar o caráter das divindades. Por exemplo, o templo em Sounion dedicado a Poseidon, deus do mar, tem uma vista espetacular da água em três lados, e o Partenon na rochosa acrópole de Atenas celebrava o poder indomável da deusa Atena.

Templo de Poseidon em Sounion, na Ática.

O ato ritual central na Grécia antiga era o sacrifício de animais, especialmente de bois, cabras e ovelhas. Os sacrifícios aconteciam dentro do santuário, geralmente em um altar em frente ao templo, com os participantes reunidos consumindo as entranhas e a carne da vítima. Ofertas líquidas, ou libações, também eram comumente feitas. Festas religiosas, com grandes banquetes, enchiam o ano.

Friso do Partenon mostrando um boi sendo levado para um sacríficio ritual. Museu Britânico. N° 1816,0610.88

Os quatro festivais mais famosos, cada um com sua própria procissão, competições esportivas e sacrifícios, eram realizados a cada quatro anos em Olimpia, Delfos, Nemeia e Isthmia. Estes festivais pan-helênicos eram assistidos por pessoas de todo o mundo de língua grega. Muitos outros festivais eram celebrados localmente e, no caso de cultos de mistérios, como o de Elêusis, perto de Atenas, somente iniciados podiam participar.

Tradução de texto escrito por Colette Hemingway e Seán Hemingway
Outubro de 2003

Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ
Postado por Moacir Führ

Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

Fontes bibiliográficas
  • Burkert, Walter. Greek Religion. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1985.
  • Hornblower, Simon, and Antony Spawforth, eds. The Oxford Classical Dictionary. 3d ed., rev. New York: Oxford University Press, 2003.
  • Pedley, John Griffiths. Greek Art and Archaeology. 2d ed. New York: Harry N. Abrams, 1998.
  • Pomeroy, Sarah B., et al. Ancient Greece: A Political, Social, and Cultural History. New York: Oxford University Press, 1999.
  • Robertson, Martin. A History of Greek Art. 2 vols. Cambridge: Cambridge University Press, 1975.
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