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Fotografia das ruínas do Palácio de Cnossos, Creta. Grécia.
Todas as datas nesse artigo são antes de Cristo.
A civilização minóica, que se desenvolveu na ilha de Creta (uma ilha com 8.336 km²), tem seu nome derivado do lendário rei Minos. Foi fundada por povos emigrados da Ásia Menor em 3000. A partir de de 2000 já dominavam o bronze.
Até o início do século XX a existência de uma importante civilização em Creta, antes da invasão dória, era considerada uma lenda pelos historiadores modernos. Entretanto, em 1893, o arqueólogo inglês Arthur Evans decidiu verificar. Ele foi até a ilha e começou a recolher objetos durante sua caminhada. Sete anos depois ele adquiriu um grande local e começou as escavações. Em dois meses, com a ajuda de 150 homens, ele descobriu o grande tesouro da arqueologia antiga: a famosa cidade de Cnossos e seu grande palácio.
Evans também encontrou centenas de tabletes de argila com caracteres desconhecidos. A partir de então arqueólogos de todo o mundo começaram a se interessar por essa nova civilização e rumaram para a ilha. Mas uma compreensão melhor desse povo só seria conseguida com a decifração da escrita minóica.
Logo ficou comprovada a existência de três tipos diferentes de escrita: a primeira, e mais primitiva, era pictográfica. A segunda havia surgido por volta de 1800 e ficou conhecida como Linear A, ela era uma alteração da primeira em forma de escrita linear composta por mais de 90 sinais. A terceira escrita foi chamada Linear B, era outra escrita linear, mas era semelhante à escrita fenícia da mesma época.
Em 1952, um inglês chamado Michael Ventris, de apenas 30 anos, se apoiando do trabalho de diversos outros linguistas, conseguiu decifrar a Linear B e possibilitou aos historiadores a leitura de mais de cinco mil tabletes com informações cretenses. As escritas pictográficas e a Linear A continuam sem tradução até hoje.
Os cretenses souberam desde cedo tirar proveito da sua posição geográfica privilegiada. Impelidos a buscar novos caminhos para a sua economia em expansão, eles se voltaram para o comércio e a indústria. A agricultura e a pesca também eram praticadas, mas tinham menos importância. Cada uma das muitas cidades cretenses era especializada em algum tipo de produto e comércio entre elas era forte, tendo sido favorecido pelas estradas pavimentadas que ligavam os quatro cantos da ilha.
Mas o principal setor econômico era mesmo a industria e o comércio. Os cretenses eram mestres ourives, tinham conhecimentos de plantas medicinais, fabricavam vinho e azeite de oliva e sua cerâmica era requisitada em todo o oriente. Sua frota de barcos também fazia transporte de mercadorias como, por exemplo, madeira da fenícia para o Egito.
Sabemos que desde 2000 a marinha mercante de Creta mantinha relações comerciais com o Egito, Síria e Ásia Menor. Mais tarde também com o ocidente: Sicília e até com a distante Gália. Esse pioneirismo teve como causas principalmente o crescimento demográfico, a posição geográfica privilegiada e a existência de madeira em abundância na ilha, o que permitiu que esse povo se lançasse ao mar com uma frota própria.
Segundo Tucídides “a primeira pessoa indicada pela tradição como tendo construído uma frota é Minos. Fez-se ele senhor do que hoje chamamos Mar Helênico e governou as cidades... Esforçou-se por eliminar a pirataria naquelas águas, como passo indispensável a boa arrecadação de rendas, em proveito próprio.”
Os constantes contatos com o oriente com certeza ajudaram os minóicos a desenvolver uma arte com tendências mais orientais, mas nem por isso menos inovadora. Sua cerâmica e pintura eram belíssimas.
Na questão interna, não sabemos exatamente qual era sua organização política. Ignoramos se os cretenses eram governados por reis-sacerdotes, mulheres ou tiranos. Mas podemos supor que a exemplo das civilizações orientais (que lá exerceram tanta influência cultural) predominava o regime de servidão coletiva. E teria sido dessa forma que os grandes palácios de Cnossos e Faestos teriam sido erguidos. Esses palácios não só eram as capitais administrativas de suas respectivas cidades, como serviam de depósito de alimentos e oficinas artesanais.
A civilização cretense tem seu período mais importante entre 2000-1450. Em 1700, não se sabe como nem porque, os palácios foram destruídos e imediatamente reerguidos. A Idade de Ouro de Creta se situa entre 1580-1450 quando começa a decadência, vários fatores podem ser responsáveis por isso, entre eles:
De 1450 a 1400 os principais palácios da ilha são destruídos, também ignoramos como.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.