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Cabeça de mármore de homem com barba, cópia romana de uma figura desconhecida do período grego.
Século 2 d.C. MET. N° 1993.342
Durante todo o período helenístico (323-31 a.C.), Atenas permaneceu o principal centro para o estudo da filosofia, promovendo várias escolas filosóficas famosas. A primeira a ser estabelecida no século 4 a.C. foi a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles, este último um lugar para caminhar, construído em um bosque sagrado para Apolo Liceu.
Na segunda metade do século 4 a.C., Zeno de Cítio (335-263 a.C.) estabeleceu sua escola estóica de filosofia, nomeada a partir do local de ensino, a stoa na Ágora ateniense. Na mesma época, Epicuro desenvolveu sua escola filosófica chamada O Jardim, nomeada em homenagem ao jardim de Atenas, onde ele havia ensinado.
As escolas, como alguns de seus nomes sugerem, não era tanto prédios, mas um conjunto de pessoas compartilhando uma filosofia de vida semelhante. Elas se dedicavam a produzir e transmitir conhecimento.
Os cínicos eram um outro grupo filosófico que não tinha lugar de encontro. Em vez disso, eles vagavam pelas ruas e espaços públicos de Atenas. Mas as duas escolas de pensamento que dominaram a filosofia helenística foram o estoicismo, introduzido por Zeno de Cítio, e os escritos de Epicuro.
Nota do AH: Se você ainda não sabe o que e Epicurismo e Estoicismo, confira esses dois vídeos: Epicuro e Estoicismo.
O estoicismo, que também foi grandemente enriquecido e modificado pelos sucessores de Zeno, especialmente Crísipo de Solos (280–207 a.C.), dividia a filosofia em lógica, física e ética. Epicuro, por outro lado, colocou grande ênfase no indivíduo e na obtenção da felicidade.
As escolas atenienses de filosofia eram instituições verdadeiramente cosmopolitas. Professores e estudantes de toda a Grécia e Roma vieram até elas para estudar. Além da filosofia, os alunos estudavam retórica (a arte de falar em público), matemática, física, botânica, zoologia, religião, música, política, economia e psicologia.
Em outras partes do mundo helenístico, os governantes da corte macedônia de Pela e da dinastia selêucida de Antioquia apoiavam a busca do conhecimento atuando como benfeitores dos intelectuais. De muitas maneiras, esse tipo de clientelismo se desenvolveu primeiro em Alexandria, Egito, onde os reis ptolemaicos criaram um renomado centro intelectual durante o período helenístico primitivo.
Filósofos, escritores e outros estudiosos proeminentes estudaram na Biblioteca e Mouseion de Alexandria, um instituto de aprendizagem que é a raiz da moderna palavra museu.
Ali, os acadêmicos copiaram e codificaram obras anteriores, como a Ilíada de Homero e a Odisséia. Eles escreveram comentários, compilações e até enciclopédias. Eles também tinham acesso um ao outro e, muito provavelmente, eram alimentados e alojados às custas do rei.
Na última parte do século 3 a.C., os reis da dinastia Atálida de Pérgamo emularam as dinastias ptolomaicas construindo sua própria biblioteca, que atraiu artistas e intelectuais de Atenas e Alexandria para sua corte real.
O período helenístico foi uma época de ouro da poesia grega, cujos praticantes facilmente se adaptaram aos grandes poemas líricos dos períodos grego, arcaico e clássico.
A literatura também floresceu. Um escritor, Calímaco de Cirene, é creditado como tendo escrito mais de 800 livros! Embora relativamente pouca literatura helenística tenha sobrevivido, muito pode ser extraído da literatura romana, que foi significativamente influenciada pelos escritores gregos.
De modo geral, o drama era menos popular no período helenístico do que nos tempos clássicos, embora Menandro (344-291 a.C.), um escritor cômico de Atenas, fosse uma exceção prolífica. Suas peças incorporavam novas formas de apresentar e discutir a vida do indivíduo e da família.
No período helenístico, tremendos avanços foram feitos na compreensão científica. No século 4 a.C., Euclides de Alexandria (325–250 a.C.) escreveu um livro de matemática elementar que se tornaria o livro padrão por mais de 2.000 anos.
O matemático Apolônio de Perga (262-190 a.C.) estabeleceu a terminologia e metodologia canônica para seções cônicas. E Arquimedes de Siracusa (287-212 a.C.), que muitos consideram o maior matemático da antiguidade, fez importantes contribuições para a engenharia, incluindo máquinas maravilhosas que foram usadas contra os romanos no cerco de Siracusa em 212 a.C.
Outro inventor helenístico, Ctesíbio de Alexandria (296-228 a.C.), foi o primeiro a criar máquinas hidráulicas, das quais as mais famosas foram seus relógios de água (veja abaixo).
Na segunda metade do século 2 a.C., o astrônomo Hiparco (190-120 a.C.) transformou a astronomia matemática grega, de uma ciência descritiva em uma ciência preditiva. Seu trabalho forneceu a base para o tratado sistemático de treze volumes de Ptolomeu de Alexandria sobre astronomia, publicado em meados do século 2 d.C.
Tradução de texto escrito por Colette Hemingway e Seán Hemingway
Abril de 2007
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.