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Reconstrução de carruagem romana em exibição no Museu de Colônia, Alemanha. Via Wikimedia Commons.
Os romanos antigos usavam carruagens e outras formas de transporte, sendo a forma mais básica de locomoção a caminhada. Caminhar era realmente a maneira mais comum de se locomover, e as carruagens eram usadas principalmente para transportar mercadorias ou percorrer longas distâncias.
As carruagens romanas tinham rodas com exterior de fero (eles não tinham borracha na época), o que significa que faziam muito barulho! As carruagens eram proibidas em grandes cidades como Roma durante o dia; portanto, os moradores tinham que suportar o som de suas rodas à noite.
O plaustro era um dos veículos mais comuns em Roma. Foi usado principalmente para transportar materiais de construção ou produtos agrícolas, como cereais, azeite, vinho, etc. Era o equivalente aos nossos caminhões atuais. Era feito de madeira com duas a quatro rodas grossas de ferro. Geralmente não tinha parte superior nem lados e eram puxadas por dois bois que forneciam muita força e possibilitavam o transporte de cargas pesadas.
O essedum era uma pequena carruagem com duas rodas sem teto e com a frente fechada, para dois passageiros em pé. Puxado por um ou muitos cavalos ou mulas, era bastante rápida.
Já o cisium não era tão rápido. Ele também tinha duas rodas, sem teto, um assento para dois passageiros e era puxado por uma ou duas mulas ou cavalos. Ele era dirigido pelo equivalente a um motorista de táxi ou pelo próprio passageiro.
O raeda era o equivalente aos nossos ônibus atuais. Tinha quatro rodas, muitos bancos e espaço para bagagem. O peso da bagagem, de acordo com a lei romana, não podia exceder 1.000 libras romanas (cerca de 330 kg). Ele tinha um tecido como teto ou nenhum teto. Era puxado por muitos bois, mulas ou cavalos, às vezes até quatro cavalos e ainda mais mulas!
Surpreendentemente, os romanos geralmente não usavam cavalos para viajar. Eles não tinham todo o equipamento que temos hoje, como o estribo, para ter uma condução estável e confortável.
Romanos especialmente ricos usavam uma liteira (própria ou alugada) para percorrer a cidade ou fazer viagens muito curtas. Seis escravos levavam uma ou duas pessoas que se reclinavam no liteira. As mulheres ricas usavam a liteira frequentemente para evitar o contato com os romanos da classe trabalhadora. Tenha em mente que as ruas da cidade nem sempre eram seguras, especialmente para mulheres ricas e atraentes.
O carpentum era o ônibus ou limusine de romanos ricos. Tinha quatro rodas, um telhado arqueado de madeira e era bastante confortável, espaçoso e bem decorado por dentro. A carruca era como um carpentum menor. Novamente, era geralmente usada por romanos ricos e podia acomodar até dois passageiros. Tanto o carpentum quanto a carruca tinham algum tipo de suspensão e tiras de metal e couro que tornavam o passeio mais confortável.
Viajar nos tempos romanos era lento e ... cansativo. De acordo com o ORBIS, o Google Maps do mundo antigo desenvolvido pela Universidade de Stanford, demorava seis dias para ir de Roma a Nápoles, em oposição às 2 horas e 20 minutos atuais.
Como as carruagens muitas vezes careciam de suspensão, elas eram bastante desconfortáveis, tornando muito cansativas as viagens nas estradas romanas pavimentadas. As carruagens também faziam muito barulho devido às rodas com ferro e podiam ser ouvidas à noite, pois eram proibidas nas grandes cidades romanas e nas proximidades durante o dia.
Os romanos descansavam em estações denominadas mansiones ou "lugares de permanência" em latim ou o equivalente a nossas áreas de descanso nas rodovias hoje. Essas mansiones eram construídas em intervalos regulares (25 a 30 km) nas estradas romanas e tinham restaurantes e pensões onde os romanos (e seus cavalos) podiam beber, comer e dormir.
Elas podiam ser bastante inseguras, pois eram frequentemente frequentadas por prostitutas e ladrões que procuravam roubar viajantes.
A maneira mais rápida de viajar na Roma antiga era pelo revezamento de cavalos chamado cursus publicus. O cursus publicus era um serviço postal estatal semelhante ao Poney Express nos EUA dos anos 1800, que também era usado para transportar funcionários do governo (por exemplo, oficiais militares, magistrados, etc.).
Para usar esse serviço, os funcionários do governo precisavam ter um certificado emitido pelo imperador. O cursus publicus consistia em uma série de estações ao longo dos principais sistemas rodoviários, colocadas em curtos intervalos regulares (de aproximadamente 12 km) com cavalos descansados e rápidos.
As estimativas dos historiadores sobre a rapidez com que as viagens se realizavam usando o cursus publicus variam. Em um estudo chamado "A velocidade do Posto Imperial Romano" de A.M.Ramsey (Journal of Roman Studies), o tempo de viagem em uma viagem típica é estimado em 66 a 103 km por dia. Portanto, uma viagem de Roma a Nápoles usando o cursus publicus durava aproximadamente dois dias. Um viajante que não usasse o cursus publicus dificilmente ultrapassaria os 56 km por dia.
Tradução de texto escrito por Romae Vitam
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.