Diário da Revolução Federalista

Com o objetivo de permitir uma visão da história do Estado sob os diferentes ângulos, nada melhor que a popularização de fontes primárias.

No suceder dos tempos e na formação de idéias políticas a eles correspondentes, a história poderia empobrecer-se na tentativa de cada segmento do pensar tentar enquadrá-la na sua idiossincrasia.

O documento primário, porém, ao natural, devolve e envolve o intelectual e pesquisador na época em que os fatos aconteceram, com o seu entorno sociocultural, político e religioso.

Diário da Revolução Federalista não exime seu autor, Luiz de Senna Guasina, da filosofia política das facções envolvidas, nem o exime do pessoal viés afetivo, sentimental e ideológico.

No jogo do sentimento próprio de quem se põe em situação bélica, de ambas as partes, com o sonho da vitória a seu lado, Guasina inspira uma visão romântica multifacetada:

• de quem sesteia tranquilamente, com a paz na alma, ao lado de borbulhante arroio;
• de quem marcha, festivo e alegre, a perseguição do inimigo;
• de quem aquece as mãos para afastar o frio da geada e, depois, apertar efusivamente a mão de companheiros animados, expirando ar fumacento do frio, diferente da fumaça de explosões contra os inimigos;
• de quem se dá ao prazer de visitar amigos e compadres;
• de quem, com naturalidade, enterra companheiros mortos e pensa feridas de companheiros combalidos;
• de quem louva os que morreram gloriosamente no campo de batalha;
• de quem dorme sossegado, conseguindo conciliar sono e inimigo a espreita, mas deixando os cavalos a
• meia rédea e encilhados.

Enfim, Guasina mostra o belo da natureza, da amizade, dos ideais que podem ser frustrados pelo incógnito bélico!

O idealismo é bom, mas é tão próximo quanto perigoso ao fanatismo.