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Selo encontrado ao lado do braço direito da rainha Puabi, no famoso Cemitério Real de Ur (2600 a.c.). O selo mostra um banquete em duas faixas. Tamanho: 4,9 x 2,6 cm. Museu Britânico. N° 121544
Sobre o tema dos selos cilíndricos, alguns textos excelentes já foram publicados aqui no site. Você pode conferi-los através dos links abaixo:
Mas há alguns pontos que ainda não foram muito comentados, e algumas informações interessantes que foram ignoradas vão ser discutidas aqui.
Essa é uma questão bastante importante. Falamos muito sobre o uso dos selos cilíndricos na Mesopotâmia, mas é importante ter em mente que o seu uso não estava, de forma alguma, restrito a essa região. O uso dos selos cilíndricos foi comum em todas as antigas civilizações do oriente médio.
Um das minhas motivações para produzir esse artigo, foi o desejo de compartilhar o mapa abaixo, que está na obra "Grandes Civilizações do Passado: Mesopotâmia", de Michael Roaf. Ele mostra a região principal de utilização dos selos cilíndricos, e os períodos em que foram mais utilizados, baseado nos achados arqueológicos atuais.
Conforme informações apresentadas em nossos outros artigos, mais de 2 mil desses selos já foram recuperados em escavações arqueológicas, e eles estão espalhados em diversos museus ao redor do mundo.
Se você tem interesse de usá-los em alguma pesquisa, ou apenas precisa de imagens com boas referências, aqui estão os principais sites para encontrá-las. Procure nas coleções desses portais pelo termo "cylinder seal".
A maioria dos selos cilíndricos seguia um mesmo padrão, mas é interessante também chamar atenção para alguns exemplos bem diferentes que já foram encontrados. Na galeria abaixo vamos analisar alguns deles, observe também como vários dos exemplos que serão citados são de outras regiões do Oriente Médio, e não apenas da Mesopotâmia.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.
Selo neo-babilônico em Cornalina com as capas de bronze, que serviam como capas protetoras e alças para pendurar o selo no pescoço, ou amarrá-lo na roupa. Cerca de 650-539 a.C. Tamanho 2,6 x 1,3 cm. Museu de Belas Artes de Boston. N° 65.1426
Várias referências na internet atribuem esse selo ao faraó Mentuhotep (Reino Médio, 11° Dinastia), e ao Museu do Louvre. Mas não encontrei registros dele na coleção online do museu. Era comum a utilização desse tipo de arame para facilitar a rolagem do selo na argila.
Esse selo também possuía um carimbo inferior. Selo hitita. Cerca de 1650-1200 a.C. Tamanho: 5,8 x 2,2 cm. Museu de Belas Artes de Boston. N° 98.706
Selo em mármore e bronze. Tamanho: 5,4 x 4,5 cm. Cerca de 3000 a.C. Esse selo chama atenção pelo eixo de bronze que termina em uma forma de ovelha sentada. A alça possuí um furo para que um fio/arame fosse passado por ele. Museu de Pérgamo. N° 10537
Selo do período Cassita sendo rolado na argila. Além dos desenhos, há uma inscrição que nomeio o proprietário do selo, um membro da comitiva do rei. Segundo milênio a.C. Pedra ágata. Tamanho: 4,1 x 1,7 cm. Museu de Pérgamo. N° 03869
Selo neo-babilônico que ainda possuí sua alça original. 625–539 a.C. Tamanho: 5,9 (com alça) x 1,3 cm. Museu de Belas Artes de Boston. N° 65.1412
Selo de ouro que representava um setor administrativo no Egito. Reino Antigo. 5° Dinastia. 2381-2353 a.C. Tamanho: 6,4 x 2,9 cm. Museu de Belas Artes de Boston. N° 68.115
Selo simples egípcio do período arcaico. Feito em esteatite marrom esverdeado, com hieróglifos gravados e um buaco longitudinalmente. Tamanho: 1,7 x 1,4 cm. Museu de Belas Artes de Boston. N° 72.1101
Selo do período neo-babilônico. 625-539 a.C. Feito em calcedônia com fio de bronze preso ao centro. Tamanho: 5,5 (com o arame) x 1 cm. Museu de Belas Artes de Boston. N° 65.1361