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Achados arqueológicos mais famosos: Assíria

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Capa do artigo: Achados arqueológicos mais famosos: Assíria

Alguns dos achados arqueológicos que serão citados no artigo (da esquerda para a direita): Espada de Adad-nirari I, Estátua de Shalmaneser III, Estela de Shamshiadad V, Prisma de Senaqueribe e Peso do Palácio de Nínive. Para mais informações leia o texto.

Continuando a série sobre os principais achados arqueológicos da Mesopotâmia, hoje vamos analisar alguns objetos e monumentos interessantes, e bastante conhecidos, do período Assírio.

Os relevos e estátuas dos palácios reais de Nínive, Nimrud e Dur Sharrukin foram propositalmente deixados de fora dessa apresentação. No futuro, pretendo fazer artigos individuais tratando em detalhes das capitais assírias.

Espada de bronze do rei Adad-nirari I

Data aproximada: 1307-1275 a.C

Esta espada curva tem a inscrição cuneiforme "Palácio de Adad-nirari, rei do universo, filho de Arik-den-ili, rei da Assíria, filho de Enlil-nirari, rei da Assíria", indicando que era propriedade do rei assírio Adad-nirari I (r. 1307-1275 a.C). A inscrição aparece em três lugares da espada: em ambos os lados da lâmina e ao longo de sua borda (não cortante). Também nos dois lados da lâmina há uma gravura de um antílope reclinado em algum tipo de plataforma.

Espadas curvas aparecem freqüentemente na arte mesopotâmica como símbolos de autoridade, muitas vezes nas mãos de deuses e reis. É, portanto, provável que esta espada tenha sido usada por Adad-nirari, não necessariamente em batalha, mas em cerimônias como um emblema de seu poder real.

54,3 cm de largura. MET. N° 11.166.1


Estátua do rei Shalmaneser III

Data aproximada: 858-824 a.C.

Estátua em basalto do rei Shalmaneser III encontrada em Ashur. Atualmente em exibição no Museu Arqueológico de Istambul, Turquia. Há uma inscrição em cuneiforme na estátua em que o rei faz um breve relato de seus títulos e características genealógicas como segue:

"Salmaneser, o grande rei, o poderoso rei, rei de todas as quatro regiões, o poderoso e poderoso rival dos príncipes de todo o universo, os grandes, os reis, filho de Assur-Naşirapli, rei do universo, rei da Assíria, neto de Tukulti-Ninurta, rei do universo, rei da Assíria. "

A inscrição continua descrevendo suas campanhas e ações nas terras de Urartu, Síria, Namri, Que e Tabal, e termina com isto:

"Naquela época eu reconstruí as paredes da minha cidade Ashur de suas fundações para os seus cumes. Eu fiz uma imagem do meu eu real e coloquei-o pelo portão dos trabalhadores de metal."

Interessante observar que a estátua do rei segura uma espada muito similar aquela que foi exibida acima. Infelizmente como a estátua está em exibição no Museu Arqueológico de Istambul, cujo site não possuí a coleção online, não conseguimos obter mais informações sobre a imagem. Não sabemos, por exemplo, qual o tamanho exato da estátua, embora ,baseado nas imagens que temos, ela pareça ter cerca de 2 a 3 metros de altura.


Estelas

Data aproximada: Século 9 ao 7 a.C.

A produção de estelas com a imagem dos reis eram comuns para comemorar vitórias em batalha e honrar os deuses. Todas as estelas possuíam inscrições falando sobre as grandes conquistas do Império Assírio, e terminavam pedindo a proteção dos deuses e amaldiçoando aqueles que viessem a danificar a estela.

Estela da vitória do rei Esarhaddon, comemorando a vitória assíria sobre os egípcios. Século 7 a.C. Descoberta em 1888 pelos arqueólogos alemães Robert Koldewey e Felix von Luschan. Pedra em basalto com 3,2 metros de altura. Museu de Pérgamo, Berlim. N° VA 02708Estela de Sargão II. 721-705 a.C. Esse monumento foi encontrado na ilha de Chipre, ilustrando de forma impressionante a influência do Império Assírio no final do século 8 a.C. A inscrição na estela enfatiza o papel do rei como protetor do santuário de Marduk, na Babilônia, cita as embaixadas em países distantes e comemora a vitória contra Medos, Babilônios, Sírios e Urartu. Pedra em basalto com 2,1 metros de altura. Museu de Pérgamo, Berlim. N° VA 00968Estela de pedra calcária de Shamshi-Adad V do templo de Nabu em Nimrud. Fala das campanhas do rei em 815 a.C. Museu Britânico. N° 118892A esquerda, estela do rei babilônico Shamash-shum-ukin (irmão do rei assírio Ashurbanipal III). A direita a estela do rei assírio com 36,8 cm de altura. Ambas são do mesmo período, metade do século 7. Museu Britânico. N° 90866 e 90864


Obelisco Negro e Obelisco Branco

Data aproximada: Século 11 e século 9 a.C.

O Obelisco Negro é um monumento de calcário negro construído para glorificar o rei Shalmaneser III (r. 859–824 a.C), o mesmo rei da estátua acima. As ilustrações mostram tributos vindos de todo o império em cinco linhas, identificadas por legendas em cuneiforme. Cada linha possuí quatro painéis, um em cada lado do obelisco. Escavado por Austen Henry Layard.

O Obelisco Branco é um monumento de calcário construído pelo rei Ashurnasirpal I (r. 1049-1031 a.C). As ilustrações representam cenas de guerra, caça, procissão de tributos e ocasiões cerimoniais associadas com o rei assírio. Há inscrições em cuneiforme em dois lados. Esse obelisco está com a superfície consideravelmente desgastada e danificada. Escavado por Hormuzd Rassam.

Obelisco Negro. 825 a.C. 1,9 metros de altura. Museu Britânico. N° 118885Obelisco Branco. 1049-1031 a.C. 2,8 metros de altura. Museu Britânico. N° 118807Os dois obeliscos em exposição no Museu Britânico, em Londres.


Prismas e cilindros

Data aproximada: Primeiro milênio  a.C.

A utilização de objetos em forma de prisma ou cilindro, se tornou comum a partir do início do primeiro milêncio a.C., para a gravação de anais reais e anotações muito longas. Ao contrário de placas de argila, esses objetos fornecem várias faces, permitindo que a escrita seja muito mais extensa. Essa prática vai permanecer no período Neo-Babilônico e será mantida até pelos persas. Os transporte e armazenamento desses objetos era facilitado através da colocação de um furo que transpassava o objeto, permitindo que um pedaço de madeira fosse inserido dentro dele (observe a última foto no slide abaixo).

Conhecido como Prisma de Taylor ou Prisma de Senaqueribe, esse prisma de argila hexagonal lista as campanhas de Senaqueribe até o início de sua guerra final contra a Babilônia, e inclui uma descrição do tributo recebido de Ezequias, rei de Judá em 701 a.C. 38,1 cm de altura x 16,5 cm de altura. Cerca de 691 a.C. Museu Britânico. N° 91032Prisma de argila com inscrição histórica de Tiglath-pileser I (r. 1114–1076 a.C.), recordando realizações civis e militares, incluindo campanhas contra os Muski e Kumuh, a conquista de Carchemish, suas expedições de caça e atividades de construção em Ashur e outras cidades e reparação no templo de Anu e Adad fundado originalmente por Samsi Adad I por volta de 1725 a.C. 39,4 cm de altura x 17,8 cm de largura. Museu Britânico. N° 91033Conhecido pelo nome de Prisma de Jerusalém, esse objeto possuí exatamente a mesma gravação que o Prisma de Taylor: uma narração do rei Senaqueribe sobre as lutas com Babilônia e Judá. Museu de Jerusalém.Cilindro de Sargão II (r. 722-705 a.C.) com 67 linhas de inscrição em cuneiforme. 22,5 cm de largura x 13 cm de profundidade. Descoberto por Austen Henry Layard. Museu Britânico. N° 22505Buraco que atravessa o Cilindro de Sargão II.


Monumento de pedra do rei Esarhaddon

Data aproximada: 670 a.C.

Monumento irregular de lados retangulares registrando a restauração da Babilônia pelo rei Esarhaddon (r. 681-669 a.C). Possivelmente feita em basalto negro, esse monumento tem um formato irregular provavelmente devido ao fato de ter sido cortado de uma pedra de forma arrendondada. A inscrição está incompleta, e além delas, o monumento também possuí símbolos esculpidos na superfície superior.

Tamanho: 21,5 cm de altura x 11,3 de largura x 11 de profundidade. Museu Britânico. N° 91027

Pesos

Data aproximada: 2000–700 a.C.

Pesos encontrados nas ruínas dos palácios assírios. Serviam como unidade de medida, e provavelmente eram utilizados com algum tipo de balança. O fato de serem produzidos em metal ou pedra dificultava a sua adulteração.

Pesos de bronze em forma de leão com anéis. Inscrição em assírio e aramaico. O leão, quando originalmente feito, era leve demais, e o anel em volta do pescoço elevava seu peso até a quantidade desejada. Cerca de 726-722 a.C. Enmcontrado no Palácio Noroeste de Nínive. Museu Britânico. N° 91233Peso de cobre em forma de leão com inscrições em assírio e aramaico. Cerca de 726-722 a.C. 665 gramas. Encontrado no Palácio Noroeste de Nínive. Museu Britânico. N° 91230Pesos em cobra em forma de leão com inscrições. Século 9 ao 7 a.C. Encontrados no Palácio Noroeste de Nimrud. Museu Britânico. N° 91223Conjunto de pesos. Cerca de 750BC-550 a.C. Museu Britânico. N° 128493

Outros

Confira abaixo outros achados arqueológicos importantes do período assírio:

Tablet com lista de sinônimo encontrada na Biblioteca de Nínive. Museu Britânico.   K.4375Pedestal de Tukulti-Ninurta I, encontrado no Templo de Ishtar em Assur. Vorderasiatisches Museum, Berlim.Portão de Balawat, parte do Palácio de Shalmaneser III (reinado 859–824 a.C). Essa reconstrução do portão está no Museu Britânico, juntamente com a maior parte dos relevos em bronze.

No próximo artigo iremos analisar os grandes achados arqueológicos da civilização neo-babilônica.

Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ
Escrito por Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

Fontes bibiliográficas
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