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Achados arqueológicos mais famosos: Neo-Babilônia

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Capa do artigo: Achados arqueológicos mais famosos: Neo-Babilônia

Alguns dos achados arqueológicos que serão citados no artigo (da esquerda para a direita): Estela de Marduk, Portão de Ishtar, Via Processional, Mapa Babilônico do mundo. Para mais informações leia o texto.

O Império Neo-Babilônico foi o último e glorioso suspiro da Mesopotâmia como um reino independente. Mas também foi um período com fascinantes contribuições artísticas. Com destaque para o Portão de Ishtar e a Via Processional, uma das mais belas obras de arte de toda a antiguidade. Confira mais detalhes de alguns dos achados arqueológicos mais famosos desse período:

Tábua de Shamash

Data aproximada: 860–850 a.C.

Tábua de calcário com cena esculpida na parte de cima e texto na parte inferior e traseira. A cena no topo mostra o rei babilônico Nabu-aplu-iddina, sendo conduzido pelo sacerdote e pela deusa Aa até a presença do deus sol Shamash. Diante dele está o disco solar, repousando sobre um altar que é sustentado por cordas seguradas por uma divindade assistente. Dentro do templo e acima do deus, estão um disco solar, um disco lunar e uma estrela de oito pontos. Os símbolos de Sin, Shamash e Ishtar.

O deus usa um chapéu com chifres e carrega a vara com anéis em sua mão direita. O santuário é representado como descansando no oceano celestial. O texto gravado contém um registro da re-doação de Nabu-apla-iddina do Templo do Sol em Sippar. A inscrição está gravada em seis colunas.

Nabu-apla-iddina, reinou por pelo menos 32 anos na Babilônia, e durante grande parte do seu reinado esteve em conflito com seu rival assírio Ashurbanipal II.

Tábua de Shamash. 29,2 cm de altura x 17,7 cm de largura. Museu Britânico. N° 91000

Estela de Marduk

Data aproximada: 900-800 a.C.

Estela de pedra comemorativa em forma de kudurru, do templo de Marduk na Babilônia. É um monumento comemorativo criado em homenagem a um particular chamado Adad-etir. Ele era um oficial no templo, conhecido como "o portador da adaga", e esta estela foi erguida por seu filho Marduk-balassu-iqbi. As figuras esculpidas em relevo na frente representam o pai e o filho juntos. Suas cabeças raspadas mostram que ambos são sacerdotes, sendo normal na Mesopotâmia antiga que um filho adote a profissão de seu pai.

Existem três símbolos divinos acima dos dois sacerdotes: um disco solar alado representando o deus-sol Shamash, um crescente do deus-lua Sin e uma maça com cabeça de leão em um pedestal. A inscrição cuneiforme inclui maldições sobre qualquer um que possa desfigurar a estela.

Tamanho: 38 x 27 cm. Cerca de 900-800 a.C. Museu Britânico. N° 90834


Portão de Ishtar

Data aproximada: 575 a.C.

O Portão de Ishtar foi construído pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor II por volta de 575 a.C. E foi parte de uma série de reformas realizadas na cidade, como parte de um programa de embelezamento da capital do Império Neo-Babilônico. As muralhas da Babilônia e o magnífico Portão de Ishtar eram tão conhecidos na antiguidade, que apareceram nas primeiras listas das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, sendo posteriormente substituído pelo Farol de Alexandria.

O Portal era dedicado à deusa Ishtar, embora outras divindades também tenham sido homenageadas através da representação de diversos animais que simbolizavam divindades como Marduk, Adade e outros.

O Portão foi escavado entre 1902 e 1914 por uma equipe alemã liderada pelo arqueólogo Robert Koldewey. Os materiais descobertos foram levados para a Alemanha, e em 1930 a reconstrução foi finalizada, desde então o Portão faz parte do acervo do Museu de Pérgamo, em Berlim.

Além dessa versão, há diversos outros museus do mundo que receberam pedaços do Portão de Ishtar, entre eles o MET, o Instituto Oriental de Chicago, o Museu de Istambul, entre outros.

Portão de Ishtar com 14,7 metros de altura e 26,4 metros de comprimento. Museu de Pérgamo, Berlim. N° VA Bab 01408-VA Bab 01456 e VA Bab 07661


Via Processional

Data aproximada: 575 a.C.

O caminho Processional era um longo corredor com paredes cobertas de tijolos azuis com belos desenhos, seguindo o padrão do Portão de Ishtar e levando até ele. O caminho possuía quase 500 metros com muralhas que chegavam a 15 metros de altura. Era adornado com mais de 150 imagens de animais, flores e outros belos desenhos feitos com tijolos esmaltados.

A via Processional era usada durante a celebração de Ano Novo, a data comemorativa mais importante do calendário mesopotâmico, durante a qual estátuas dos deuses desfilavam pela cidade, até o templo de Marduk.

A maior parte da Via Processional está em exposição no Museu de Pérgamo, que também possuí uma maquete mostrando uma reconstrução do estilo original dessa via sagrada. Confira as fotos abaixo:


Cilindros

Data aproximada: 600-500 a.C.

Já vimos que durante o período Assírio era comum a utilização de grandes prismas de argila para a gravação de anais reais e outras mensagens. No período Neo-Babilônico o formato adotado foi o cilindro. Você pode conferir alguns exemplos abaixo, embora existam muitos outros cilindros dessa época, que também podem vir a ser citados em outras obras.

Cilindro de Nabucodonosor II. Tamanho: 22 cm de altura x 14 cm de diâmetro. Cerca de 626-539 a.C. Museu do Vaticano. Cat. D723Cilindro de Nabonido. Tamanho: 22 cm de altura x 9,2 cm de diâmetro. Cerca de 555-540 a.C. Museu Britânico. N° 91109Cilindro de Ciro. Tamanho: 21 cm de altura x 10 cm de diâmetro. Cerca de 539 a.C. Museu Britânico. N° 9092


Mapa Babilônico do Mundo

Data aproximada: Século 6 a.C.

Este tablet contém uma inscrição cuneiforme e um mapa exclusivo do mundo mesopotâmico. Babilônia é mostrada no centro (o retângulo na metade superior do círculo), e Assíria, Elam e outros lugares também são nomeados. A área central é cercada por um canal circular denominado "Mar Salgado". A borda externa do mar é cercada pelo que provavelmente eram originalmente oito regiões, cada uma indicada por um triângulo, marcado como 'Região' ou 'Ilha', e marcada com a distância entre elas. O texto cuneiforme descreve essas regiões, e parece que animais estranhos e míticos, bem como grandes heróis, viveram lá, embora o texto esteja longe de ser completo.

Às vezes, o mapa é tomado como um exemplo sério da geografia antiga, mas, embora os lugares sejam mostrados em suas posições aproximadamente corretas, o verdadeiro propósito do mapa é explicar a visão babilônica do mundo mitológico Escavado por Hormuzd Rassam em Sippar, em 1882.

Fonte: Ancient.eu

Tamanho: 12,2 x 8,2 cm. Século 6 a.C. Museu Britânico. N° 92687

Com esse artigo terminamos a nossa série sobre os achados arqueológicos mais importantes da Mesopotâmia. Espero que tenham gostado!

Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ
Escrito por Moacir Führ

Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

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