Os últimos dias de Mussolini

Milão, 25 de abril de 1945: o comboio conduzindo Benito Mussolini e alguns de seus colaboradores mais fiéis parte em fuga, com destino incerto. Três dias depois, às margens do lago de Como, o Duce e sua amante, Clara Petacci, são executados após um 'julgamento' sumário feito por integrantes do movimento insurrecional milanês, ligado à resistência. São igualmente condenados à morte quinze dirigentes da chamada República de Salò - a parte da Itália não ocupada pelos aliados na Segunda Guerra e ainda sob o comando de Mussolini.

O que aconteceu nesses três dias de viagem? Como o ditador foi detido? Clara e ele foram abatidos juntos ou com várias horas de intervalo? Qual o papel dos serviços secretos americanos e britânicos na articulação do fuzilamento? O Duce realmente levava consigo documentos que comprometiam Winston Churchill? E onde foi parar a fortuna que Mussolini e seus parentes carregavam na bagagem?

O historiador Pierre Milza dirige sua complexa investigação em meio a fontes e depoimentos contraditórios. Seu objetivo é lançar luz sobre um evento que, além de dizer respeito à história da Itália contemporânea, explicita os desdobramentos ideológicos e partidários do pós-guerra, entre os quais a guerra fria.

Afinal, as rajadas de armas que deram cabo de Mussolini e Clara são apenas o ápice de uma verdadeira "guerra civil" que dividiu o povo italiano em duas frentes de luta sem trégua: de um lado, as milícias de camisas-negras, fascistas; de outro, os militantes comunistas, a maioria pertencente às brigadas garibaldinas.

Livro fascinante cuja trama - verídica - é apresentada ao leitor como um thriller policial. "Os Últimos Dias de Mussolini" oferece uma exposição clara e detalhada das últimas 72 horas de vida do principal aliado de Hitler na Segunda Guerra Mundial.