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Os ofícios da alimentação medieval

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Capa do artigo: Os ofícios da alimentação medieval

Foto promocional do evento 'Medieval Food and Wine' realizado pelo Castelo Bodiam em 2012.

Esse é um resumo do capítulo "Os Ofícios da Alimentação Medieval", escrito pelo historiador Françoise Desportes, e presente no livro "História da Alimentação".

É importante destacar que os ofícios da alimentação na idade média só se desenvolveram até o ponto mostrado nesse trabalho a partir do período conhecido como Baixa Idade Média, em que a Europa passa por mudanças significativas causadas pelo renascimento urbano e comercial.

Taberneiros (albergueiro)

A taberna é o típico bar medieval. Sempre oferecendo produtos que possam matar a sede e a fome num ambiente que favorece a convivência.  Seus principais produtos são o vinho, a cerveja e o hidromel, embora vendesse também pão, queijo e pratos produzidos em sua própria horta.

O número de tabernas se multiplica durante a baixa idade média, aparecendo em torno de aglomerados urbanos, monastérios e lugares fortificados, um reflexo do renascimento comercial.

Forneiros

Sua função consiste em assar pães que lhe são entregues em forma de massa. Também administram o forno.

Muitas vezes o forneiro ficava com alguns pães como forma de pagamento por seu trabalho, assim sendo, ele também vendia seus próprios pães. Juntamente com o padeiro ele era o responsável pelo fornecimento destes para as cidades.

Moleiros

Detinham o monopólio da moagem dos grãos, mas eram considerados pouco confiáveis para a fabricação dos pães. O seu único trabalho era fabricar a farinha em peso equivalente aos grãos que lhe eram dados.

Os moleiros também eram responsáveis por triturar o malte, para os cervejeiros produzirem a cerveja que seria vendida nas tabernas.

Padeiros

A partir do século 13 o pão era produzido a base de frumento, considerado o melhor tipo de trigo, e torna-se o mais consumido nas cidades. É produzido em diferentes variedades, para os mais ricos e até para os mais pobres.

Por ocasião de festas religiosas ou por baixa de preço do trigo, os padeiros preparavam bolos e empadas. As pessoas mais ricas forneciam a farinha ao padeiro e pediam que ele fizesse esses bolos durante todo o ano, com o objetivo de servir como sobremesas em ocasiões especiais. Em pouco tempo a demanda cresceu tanto que foi necessário o surgimento de um novo ofício especialmente para esse fim.

Açougueiros

Ao contrário dos demais trabalhadores da alimentação que trabalhavam dentro dos bairros das cidades, visando se aproximar dos clientes; era aconselhado aos açougueiros que trabalhassem nas periferias das cidades, de preferência perto de um curso da água e sempre cercados de um severo controle sanitário para evitar a transmissão de doenças.

Nesse ambiente os animais eram abatidos, eviscerados e esfolados. O sangue, as víceras e demais detritos deveriam ser jogados no rio, ou colocados em baldes fechados, que depois seriam enterrados nos campos. Mas como já é previsível, muitos não cumpriam essa determinação e matavam o gado em plena cidade.

Após o abate as carcaças eram levadas para o açougue onde eram cortadas e vendidas.

Peixeiros

Da mesma forma os peixes que são pescados fora das cidades, são depois levados em cestos ou tonéis para os balcões das peixarias nas cidades. Lá muitas vezes se mantêm viveiros, construídos aproveitando as margens do rio.

Nota sobre as corporações de ofício

As corporações de ofício foram associações que surgiram a partir do século XIII para regulamentar o processo produtivo nas grandes cidades. O papel dessas associações era garantir o monopólio da produção de determinado produto, determinar preços, modo de produção e hierarquia do trabalho.

A questão do monopólio era muito importante, assim, ninguém mais poderia comercializar pães numa determina cidade, se houvesse uma corporação de padeiros que detivesse o monopólio da produção desse item.

Artigo escrito originalmente em 2008.

Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ
Escrito por Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

Fontes bibiliográficas
  • FLANDRIN, Jean-Louis & MONTANARI, Massimo. História da Alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
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