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Autor: Carlos de Souza Moraes
Páginas: 160
Editora: Est
Primeira publicação: 1981
Ano da edição: 1981
Idioma: Português
Reúne série interessante de estudos sobre a acomodação, caldeamento e assimilação dos imigrantes e de seus descendentes através de mais de cem anos de lutas, de sofrimentos, de resistências e de esperanças, ante omissões e descumprimento de obrigações do governo. O abandono do colono, a falta de estradas, de escolas e professores. Marginalização e endogamia. Reflexos de duas guerras mundiais na região colonial. Propaganda nazista. Prédicas religiosas em alemão. Providências governamentais, ação da polícia e o Sínodo Riograndense.
Observações a propósito do comportamento do poder público. Também foi focalizada a ocupação das terras da antiga Feitoria Imperial do Linho Cânhamo e os graves problemas da distribuição dos lotes coloniais. Determinações do vice-rei D. Luiz de Vasconcelos sobre a incorporação, ao estabelecimento da Feitoria de propriedades ocupadas por particulares. As reclamações. Atuação do Visconde de São Leopoldo, José Thomás de Lima, João Daniel Hillebrand e Alphonso Mabilde. Dificuldades provindas da concessão de sesmarias. A interferência de Eichmann, representante do governo da Prússia. Merecem longo estudo as questões relativas a habitação, vestuário e alimentação, baseado em pesquisas de campo durante vários anos e em documentos.
Fotografias de construções ilustram o trabalho, trazendo apreciável contribuição ao estudo da matéria. Transformações do vestuário. Adaptação do colono às condições do meio para constituir a sua dieta alimentar. Alimentos de que se serviu, ao longo do desenvolvimento da colônia. A instrução ocupa grande espaço nesta obra, desde o abandono a que fora votado o colono, a instalação das primeiras escolas, contratação de professores particulares bilíngues até o surgimento de escolas paroquiais, os desentendimentos do governo, pais e professores com o pároco e o pastor. Cartas recriminatórias de educadores, nesse sentido. O problema da nacionalização. A integração, afinal, do descendente ao nosso meio. O Kerb que se praticava em São Leopoldo, desde os primeiros anos. Música e canto. Sociedades de Tiro ao alvo e bolão.
O que representou para os núcleos coloniais. Fim da colônia Alemã de São Leopoldo. Suas vicissitudes, suas vitórias e decadência. O êxodo dos colonos para outros estados. Nova era surge de sua luta: o estágio industrial que projetou mais acentuadamente o RS, na federação.
Carlos de Souza Moraes (1908-2003) iniciou sua trajetória profissional no Direito, que exerceu por grande parte de sua vida, mas atuou principalmente nos campos da política e da intelectualidade. Em São Leopoldo, exerceu as funções de secretário da Prefeitura Municipal (1937-1944), diretor de Instrução Pública (1939-1944), diretor do jornal oficial Correio de São Leopoldo (1938-1944), prefeito (1944-1945/1946-1947) e vereador (1948-1951). Ainda na década de 1930, iniciou sua trajetória intelectual, ingressando na Academia Rio-grandense de Letras, em 1938, passando a integrar, posteriormente, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e o Instituto Histórico de São Leopoldo, do qual foi um dos fundadores, em 1975.
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