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Autor: Barbosa Lessa
Páginas: 281
Editora: SAMRIG
Ano da edição: 1984
Idioma: Português
Eis um dos mais fascinantes livros até hoje escritos sobre o tema por si só fascinante — e universalmente controvertido — das Missões Jesuíticas. Sendo um apaixonado de História e, simultaneamente, da Teoria da Comunicação, o autor estruturou esta obra a partir de uma afirmativa do clássico historiador P. Guillermo Furlong:
“Os jesuítas começaram por penetrar na psicologia do índio e, longe de adaptar os indígenas aos métodos europeus, adaptaram os métodos a idiossincrasia dos índios”.
Então, é fundamental saber que psicologia indigena seria essa, que particularidades temperamentais seriam essas — coisa que não aparece nem nas obras de Furlong, que dirá nos demais autores.
Colocando o índio e o branco em pé de igualdade já no primeiro capítulo, Barbosa Lessa dá assim um enfoque inédito na história das Misses: o antropológico.
E, tendo por núcleo a aldeia de Itaiacecó, que mais tarde seria a cidade de São Miguel, mostra um processo de multiplicação dos vários tipos de índios (guaranis, guenoas...), brancos (jesuítas, franciscanos, dominicanos...) e até mesmo orientais (chineses, hindus. ..), num grande painel da própria Humanidade.
Enquanto a quase totalidade das obras similares se concentra ou acaba na batalha de Caiboaté e na expulsão dos Jesuítas no decénio de 1760, essa obra precisou chegar até o sofrido e tão desconhecido decênio de 1820 para explicar o fantástico ciclo das Missões de Guaranis.
Como uma indagação final, fica no ar se fol o índio ou o branco quem entrou em pior decadência.
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