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A Vida dos Doze Césares A vida pública e privada dos maiores imperadores de Roma

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Capa do livro A Vida dos Doze Césares, de Suetônio
Informações técnicas

Autor: Suetônio
Coleção: Clássicos Ilustrados
Páginas: 527
Editora: Prestígio Editorial
Ano da edição: 2002
Idioma: Português

Sinopse

Neste clássico da literatura universal, Suetônio apresenta-nos biografias de 12 imperadores romanos da história do mundo ocidental: Júlio César, Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero, Galba, Óton, Vitélio, Vespasiano, Tito e Domiciano. Ao mesmo tempo que examinamos este período histórico, que vai da ascensão à queda do Império Romano, conhecemos também, neste relato, um pouco da intimidade da vida de cada um dos doze césares: seus ancestrais, suas campanhas militares, os sinais tidos como prenúncios de seus nascimentos e os eventos que os levaram à morte, além de um pouco do caráter e da personalidade de cada um deles. A intenção de Suetônio foi retratar o caráter humano dos 12 césares, ressaltando o quadro de violência e luxúria que havia na antiga Roma. Esta obra é extremamente valiosa para conhecimento da Antigüidade Clássica, graças ao volume de informações históricas que registra.

Fonte primária
Suetônio

Suetônio foi um escritor romano do século I d.C., é famoso por ter escrito A Vida dos Doze Césares, uma biografia dos 12 primeiros Imperadores romanos. Ele viveu na era dos Imperadores Adotivos (Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio) e era uma figura de prestígio na corte de Adriano, mas após ser afastado desse círculo passou a se dedicar a pesquisa histórica.

Anotações de leitura do livro Análise do livro
3/5 REGULAR

SUETÔNIO. A Vida dos Doze Césares. Rio de Janeiro: Prestígio, 2002.

Suetônio foi um pesquisador e administrador da corte imperial romana, que viveu de meados do século 1 até o século 2. Ele foi autor de diversas obras, mas a única que se conservou em sua totalidade até hoje é um conjunto de biografias dos primeiros imperadores da Roma Antiga.

Nessa obra o autor apresenta a vida pública e privada dos 12 primeiros líderes do Império, são eles: Júlio César, Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero, Galba, Óton, Vitélio, Vespasiano, Tito e Domiciano.

Essa obra tem um grande valor histórico e é constantemente citada por historiadores, já que é uma das fontes literárias mais bem conservadas da antiguidade. Mesmo assim, está longe de ser uma obra perfeita em sua metodologia.

Ao ler algums comentários de historiadores sobre a obra de Suetônio fica clara uma constante atitude de perdão e justificativa das falhas de Suetônio. Os historiadores sempre falam dessa obra em termos mais ou menos assim "apesar de seus múltiplos defeitos essa é uma obra importante".

De fato, o estilo de escrita de Suetônio é geralmente desorganizado e fragmentado, sua obra falha em apresentar profundidade, fatos importantes são citados em apenas uma linha enquanto fofocas sobre a vida particular dos imperadores ganham várias páginas, e ao autor falta senso crítico. Sua obra deve ser vista mais como um conjunto de causos dos imperadores romanos do que uma história analítica e crítica. Mesmo assim seu valor histórico não deve ser de forma alguma rejeitado.

Em seu artigo sobre o valor histórico da obra de Suetônio, Matthew Ferguson defende que a obra:

(...) frequentemente oferece informações únicas sobre as quais os seus contemporâneos simplesmente se silenciam, fazem generalizações, ou não fornecem fontes; se usada como suplemento, ao invés de como fonte histórica primária, A vida dos Doze Césares de Suetônio, pode ser muito útil para expandir sobre os trabalhos de seus contemporâneos. (p.1)

Ferguson também comenta que o autor escreve do ponto de vista de sua classe, os administradores do império (a classe equestre), e nesse sentido sua obra difere das obras históricas do período, que são focadas na questão política e nos eventos militares, justamente por terem sido escritas por e para a classe dos senadores.

As doze biografias apresentadas na obra seguem um padrão muito claro. Suetônio começa falando sobre a família do imperador, e normalmente apresenta um resumo básico da vida do pai do biografado. A infância é narrada rapidamente com alguma citação ocasional de algum fato curioso ocorrido nessa idade. À ascensão como imperador, segue uma descrição de suas boas ações (as virtudes do imperador) e algumas narrações de sua atuação como político e juiz. Suetônio também relata a organização de jogos e espetáculos. Depois disso o autor descreve os vícios e os crimes cometidos pelos imperadores. Em algumas biografias, como no caso de Nero e Calígula, essa é a parte em que o autor dedica mais tempo. Ao final desses relatos, Suetônio termina a biografia com uma descrição da aparência, dos principais gostos e lazeres e uma narração da morte do imperador.

A obra chama atenção por diversas características curiosas. Suetônio sempre fala sobre os presságios que previam a ascensão ou a queda de imperador: águias perdendo presas ou pousando em locais curiosos, tempestades e cometas, animais fugindo no momento do sacrifício, raios caindo em locais ou datas específicas; tudo isso tinha um significado e poderia indicar o triunfo ou a queda de um líder. Suetônio também fala de histórias de fantasmas e assombrações.

Além disso, ignora muitos fatos importantes. Por exemplo, durante o reinado de Vespasiano e Tito foi construído o Anfiteatro Flaviano (o famoso Coliseu), a maior arena do império, mas para Suetônio esse é um fato sem importância que é mencionado em uma linha. A errupção do Vesúvio durante o reinado de Tito, que destruiu completamente a cidade de Pompéia, entre outras, também é citada rapidamente como apenas mais uma tragédia.

O autor também cita trechos de cartas dos arquivos imperiais e até comenta o estilo da escrita de punho do próprio Augusto. Do ponto de vista das curiosidades essa obra é um prato cheio.

O livro é interessante e sua leitura é essencial para quem quer conhecer a Roma Antiga a fundo, principalmente pelo fato dos historiadores contemporâneos estarem constantemente citando Suetônio. Mas a sua importância reside muito mais no fato dele se focar na questão da vida cotidiana dos imperadores, o que o torna, sob vários aspectos, uma das únicas fontes disponíveis. Mas Suetônio não era historiador, era biógrafo, e se sua obra adquiriu um caráter histórico foi mais por acaso do que por desejo e empenho do autor.

Suêtonio não tenta construir uma narrativa, apenas cita fatos e ações. Não tem a preocupação de analisar os eventos de forma crítica, se contentando em contar fatos e causos sobre os imperadores e registrar fofocas para a posteridade.

Para saber mais sobre a obra de Suetônio, recomendo a leitura dos seguintes artigos:


Essa edição, publicada no Brasil pela editora Prestígio em 2002, tem uma fonte grande e um bom espaçamento entre linhas, sendo excelente para a leitura. Mas as fotos e ilustrações que são apresentadas ao longo da obra não contribuem para fornecer um quadro mais vivo dos relatos. A editora simplesmente distribuiu algumas imagens aleatórias pelo livro para torná-lo mais bonito. É uma pena, pois esse recurso poderia contribuir muito mais para ampliar a visão desse mundo e dessa época.

Resenha escrita em 19/11/2019.

Foto do membro da equipe: Moacir Führ
Escrita por Moacir Führ

Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

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