Prefácio - Introdução sobre a monarquia portuguesa e a situação da Europa na época.
1 - Êxodo - 1807 e a situação da família real em Portugal. Início do bloqueio econômico de Napoleão. Dom João precisa decidir o que fazer. A preparação para a viagem. A partida desorganizada da família real.
2 - A Travessia - Sobre a viagem da família real pelo Atlântico até a chegada a Salvador.
3 - A Corte de Lisboa - Sobre os membros da família real. Dom João, Dona Carlota, Maria I. As tentativas de golpe de Dona Carlota. A abertura dos Portos e a estadia em Salvador.
4 - “Imperador do Ocidente” - A história do Brasil antes de 1808. As ideias anti-monarquistas no Brasil no começo do século 19.
5 - “Um Novo Mundo” - A chegada no Rio e os primeiros tempos no Brasil.
6 - Os Anos de Guerra - Começa a Guerra Peninsular. Dona Carlota quer ser rainha da Espanha. As Linhas de Torres Vedras e a retomada de Portugal pelas forças de Wellesley.
7 - Uma Invasão Britânica - A presença britânica no Brasil e os Tratados de Amizade e Comércio de 1810, que favoreceram os britânicos. Ingleses convidam Dom João a voltar a Portugal em 1814 e ele recusa. O Congresso de Viena e a elevação do Brasil à Reino Unido de Portugal.
8 - O Arquivista - As cartas do arquivista Luís Marrocos sobre o Brasil na década de 1810.
9 - As Vicissitudes do Exílio - O casamento das filhas de Dom João em Madri. A morte de Dona Maria I. Beresford sofre pressões em Portugal e viaja ao Brasil para buscar se fortalecer em encontro com Dom João. Sobre os herdeiros Dom Pedro e Dom Miguel.
10 - Uma Roma Subtropical - A invasão cultural francesa no Rio. Reformas, aumento populacional e vida cultural. Música, ópera, teatro. Vida cotidiana no Rio. A escravidão no Brasil.
11 - O Momento Decisivo - A incompetência do governo português no Rio. A insurreição Pernambucana de 1817. Instabilidade crescente em Portugal e primeiras tentativas de revolução liberal.
12 - Dona Leopoldina - Sobre Dona Leopoldina e sua relação com o Brasil e com Dom Pedro. A missão científica austríaca.
13 - Sinais de Perigo - A coroação de Dom João no Brasil. A revolução liberal na Espanha se espalhou para Portugal. Dom João não sabe o que fazer. Também havia uma crise liberal dentro do próprio Brasil que era ignorada pela corte. Os primeiros decretos de Dom João para resolver a situação.
14 - O Retorno - Levantes no Rio em 1821. Dom João anuncia seu retorno a Portugal. O último mês da família real no Rio foi desagradável. O motim da Praça do Comércio de 1821. A família real vai embora do Brasil. Dom Pedro fica. A chegada da família real a Lisboa.
15 - As Consequências - A monarquia constitucional em Portugal. As tentativas de golpe de Dona Carlota e Dom Miguel. Cortes de Lisboa ferram o Brasil, que se declara independente.
Epílogo - As mudanças físicas ocorreram no Rio graças a presença da família real entre 1808-1821.
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Autor: Patrick Wilcken
Título original: Empire Adrift: The Portuguese Court in Rio de Janeiro, 1808-1821
Páginas: 438
Editora: Objetiva
Ano da edição: 2010
Idioma: Português
'Império à Deriva' recria o período em que o Rio de Janeiro foi a capital do Império Português. Em 1808, fugindo de Napoleão, o príncipe regente D. João VI decidiu transferir sua corte para o Brasil. Depois de dois meses de viagem em uma frota de mais de trinta navios, desembarcaram na Praça XV não só a família real dos Braganças - a princesa Carlota Joaquina, a rainha-mãe Maria I, e o jovem príncipe Pedro -, mas uma corte de 10 mil pessoas, incluindo religiosos, ministros, militares, familiares e criados.
Cresceu em Sydney e estudou no Goldsmiths College e no Institute of Latin American Studies em Londres. Colaborador do Times Literary Supplement, trabalha como especialista sobre o Brasil na Anistia Internacional. É o autor de Império à deriva: A corte portuguesa no Rio de Janeiro 1808-21. Passou períodos em Paris e no Rio de Janeiro e agora vive em Stroke Newington, Londres, com sua esposa e filho.
WILCKEN, Patrick. Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
Império à deriva é uma obra sobre a vinda da família real ao Brasil em 1808 e o governo dela no período que vai até 1821. É um livro similar a obra de Laurentino Gomes, 1808. Não posso dizer qual é o melhor porque, desde que li o péssimo 1889, me nego a ler outras obras de Laurentino Gomes.
Confira abaixo um resumo rápido de cada um dos capítulos.
Exibir conteúdo dos capítulosA obra de Patrick Wilcken é voltada ao público geral. Não espere análises profundas de estruturas econômicas, sociais e políticas. O autor mal cita fontes e datas como deveria.
O seu estilo de escrita, tentando romancear tudo, e colocando a fluidez do texto acima da legibilidade, faz com que alguns trechos sejam confusos, mesmo para mim que já tenho um bom conhecimento do período. Quando lia o trecho que falava de 1807 e dos eventos que precipitaram a ida da família real ao Brasil, fiquei realmente confuso com a escrita do autor. Tanto que tive que buscar na internet uma cronologia do evento para entender o que, afinal, estava acontecendo (você encontra isso nas minhas anotações).
A obra não tem quase nada sobre o governo do Brasil entre 1808-1821. Medidas feitas pelo governo, novas leis, novas construções, novas instituições, tudo isso é citado rapidamente, mas em segundo plano, como algo menos importante. O livro se foca mesmo em questões bobas da vida cotidiana, nas personalidades das autoridades e dos embaixadores estrangeiros, das relações entre indivíduos na corte e nos grandes eventos, embora mesmo eles sejam tratados de forma bastante superficial.
Por exemplo, a construção do teatro e da biblioteca nacional são citados em uma linha. A famosa missão francesa recebe um parágrafo. O funcionamento da política no Brasil no período e a participação dos brasileiros é totalmente ignorada, embora o autor fale bastante das relações internacionais e da relação com embaixadores estrangeiros, diga-se britânicos.
Estava bastante interessado em ler sobre as novas construções feitas durante esse período, mas não há praticamente nada no livro sobre isso. Embora o autor adore o Jardim Botânico, por algum motivo. Ele é citado umas dez vezes no livro. Parece que o autor achou que o crescimento das palmeiras do parque era uma boa metáfora para o desenvolvimento da corte no Brasil. Nâo era.
O livro me deu a impressão de ter sido escrito mais para o público português do que para o brasileiro. A obra também foi lançada em Portugal com o mesmo título, então talvez não esteja imaginando coisas. Fato é que há pouquíssima informação sobre o governo da família real no Brasil e o livro é todo focado no ponto de vista português e termina dando mais destaque para a gloriosa volta da família real a Lisboa, do que a independência do Brasil, que, de novo, é rapidamente citada, como se fosse um fato de menor importância.
Para quem tem interesse nesse período, eu não recomendaria a leitura dessa obra. Existem outros livros sobre o tema, que não li, mas que talvez sejam melhores. Conheço pelo nome os seguintes:
Império à deriva também está disponível na Library Genesis. Quem tiver interesse em saber informações detalhadas sobre o conteúdo do livro pode conferir minhas anotações de leitura e as fotos da obra, links para ambos na tarja acima dessa resenha.
Resenha escrita em 29/07/2023.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.