Introdução: Comentários do autor e descrição dos principais problemas historiográficos
1. As duas terras: Sobre as conquistas de Alexandre, os gregos no Egito e o Egito Ptolomaico.
2. A Loba - República de Roma: Sobre Roma, sua expansão para o oriente, o sistema político romano e descrição de alguns conceitos básicos
3. Os Ptolomeus: O Egito Ptolomaico nos séculos 3 e 2.
4. O orador, o esbanjador e os piratas: Sobre a família de Antônio, com destaque para o seu avô (que era um grande orador e foi morto por Mario) e seu pai (que lutou contra os piratas).
5. O oboísta: Sobre o Egito Ptolomaico no século 1 a.C. O nascimento de Cleópatra, o pai dela, problemas da árvore genealógica ptolomaica e um pouco sobre a jovem Cleópatra. O capítulo também fala de Pompeu Magno, porque ele foi responsável pela conquista romana de boa parte do Oriente, o que fez com que a relação entre Egito e Roma se tornasse ainda mais intensa.
6. Adolescente: Adolescência de Antônio em Roma. A conspiração de Catilina, Cícero e Clódio. Antônio viveu na Grécia por um tempo.
7. O retorno do rei: Antônio recebe o primeiro comando militar na Síria, em Roma está em vigor o primeiro triunvirato. Primeira vez que Antônio viu Cleópatra?
8. Candidato: Antônio deixa o oriente e se junta a César na Gália. Também concorre ao cargo de questor em Roma.
9. "Os novos deuses que amam os irmãos": Sobre o Egito. A relação dos Ptolomeus com Roma, Alexandria e a adolescência de Cleópatra.
10. Tribuno: Marco Antônio se torna áugure e tribuno da plebe. A tensão em Roma antes de César cruzar o Rubicão. Começa a guerra civil entre César e Pompeu.
11. Rainha: O Egito. A relação de Cleópatra e seu irmão e marido, Ptolomeu XIII. Cleópatra e seu irmão se desentendem. Ela foge e organiza um exército. Uma batalha não acontece, ambos ficam em uma situação de incerteza, embora Ptolomeu XIII ocupe o trono.
12. Guerra civil: A guerra civil. Sobre o governo de Antônio na Itália e as batalhas entre César e Pompeu. Batalha de Farsália e fuga de Pompeu para o Egito.
13. César: Pompeu morto no Egito. Porque César parou no Egito. Encontro com Cleópatra e sua relação. Guerra de Alexandria e morte de Ptolomeu XIII. Cleópatra governa o Egito.
14. Mestre da Cavalaria: Antônio após Farsália. A inquietação em Roma. O governo de César e os conflitos políticos em Roma.
15. Não rei, mas César: O ano 44, o governo de César, a conspiração e seu assassinato.
16. Cônsul: O que ocorreu logo após o assassinato de César. O funeral de César e a fuga dos conspiradores. Antônio no poder. Otávio chega a Roma e começa a montar um exército.
17. "Um entre três": Antônio deixa Roma e inicia cerco à Mutina. Otávio derrota Antônio. Formação do segundo triunvirato. Proscrições.
18. Deusa: Egito. Cleópatra volta para Alexandria após assassinato de César. Cleópatra decide apoiar os triunviros contra Cássio e Bruto. Cesário co governante com Cleópatra. Cleópatra e o culto a Ísis.
19. Vingança: O assassinato de Cícero. O dinheiro conseguido com os expurgos. A guerra entre os triúnviros e os conspiradores. A derrota dos conspiradores em Filipos.
20. Dionísio e Afrodite: A divisão do império entre os triúnviros. Antônio vai para a Grécia e começa um caso com Cleópatra. Antônio executa Arsínoe. Antônio e Cleópatra em Alexandria.
21. Crise: Sexto Pompeu começa a ser uma preocupação para Otávio. Guerra de Perúsia. Tratado de Brundísio. Antônio e Otávia se casam. Pacto de Miseno com Sexto Pompeu. Antônio e Otávia em Atenas.
22. Invasão: Sobre Ventídio Basso e as vitórias romanas contra os partos. Guerra com Sexto Pompeu recomeça. Tratado de Tarento. Otávio casa com Lívia. Herodes em Roma. Antônio prepara invasão a Pártia.
23. "Amante de sua pátria": Antônio reorganiza o oriente. A relação de Cleópatra e Herodes. Sobre Cleópatra e seu império.
24. "A Índia e a Ásia tremem": A grande expedição: Tudo sobre a desastrosa campanha de Antônio contra os partas.
25. Rainha de reis: A situação emocional de Antônio após a derrota na Pártia. Otávio derrota Sexto Pompeu. Antônio rejeita Otávia que foi visitá-lo em Atenas. Campanhas de Otávio nas Balcãs. Antônio invade a Armênia. Triunfo de Antônio em Alexandria e Doações de Alexandria.
26. "É ela minha esposa?": A corte de Alexandria. Começa a crise entre Otávio e Antônio. Antônio move suas legiões para a Ásia Menor em preparação para uma guerra com Otávio. O testamento de Antônio é lido publicamente. A Itália se une contra Cleópatra.
27. Guerra: A preparação para a guerra entre o casal e Otávio.
28. Ácio: A guerra entre Otávio e Antônio até a fuga dele na batalha de Ácio.
29. "Um grande feito": Os últimos momentos do casal, da fuga em Ácio até a morte dos dois.
Conclusão: História e o grande romance: Conclusões. O que aconteceu após a morte do casal e o que teria acontecido se eles tivessem derrotado Otávio.
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Autor: Adrian Goldsworthy
Título original: Antony and Cleopatra
Páginas: 560
Editora: Record
Primeira publicação: 2010
Ano da edição: 2018
Idioma: Português
A história de Antônio e Cleópatra é a de um choque entre duas culturas, de ambição e crueldade — e também de paixão. Adrian Goldsworthy revela em mínimos detalhes a dupla biografia com grande habilidade e força narrativa, baseada exclusivamente em fontes antigas e evidências arqueológicas. Antônio foi o homem mais poderoso do mundo romano até ser derrotado pelo jovem e friamente calculista César Augusto, que depois se fez o primeiro imperador de Roma. Cleópatra era a inteligente, ambiciosa e bela rainha de uma monarquia egípcia. O conflito de culturas, as dinâmicas de poder e a paixão entre os dois provaram-se irresistíveis para os contadores de histórias. Juntos, eles viveram em suntuoso esplendor, lutaram por um império e perderam, antes de darem fim à própria vida.
Adrian Goldsworthy é um historiador britânico nascido em 1969. Especializado em História da Roma Antiga é graduado pela Universidade de Oxford e sua dissertação se tornou seu primeiro livro: "O Exército Romano em Guerra 100 a.C. à 200 d.C.". Ele têm mais de dez livros publicados sobre o tema, alguns deles lançados no Brasil. Também é autor de uma série de ficção-histórica sobre as Guerras Napoleônicas e outra sobre a Roma Antiga.
GOLDSWORTHY, Adrian. Antônio & Cleópatra. Rio de Janeiro: Record, 2018.
Antônio & Cleópatra é uma obra escrita pelo historiador britânico Adrian Goldsworthy, um dos grandes especialistas na História de Roma, que já escreveu mais de 10 livros sobre essa civilização. Essa obra biográfica conta a história do casal mais famoso da antiguidade: o romano Marco Antônio e rainha egípcia Cleópatra VII, que viveram no século 1 a.C., um período de intensos conflitos políticos e sociais que levaram à queda da república romana e à ascensão do regime imperial.
Muitas pessoas estarão familiarizadas com esse período graças a excelente série de TV Roma da HBO, que retrata o período que vai de 52 até 29 a.C. e mostra toda a guerra civil entre Júlio César e Pompeu, a relação de Antônio e Cleópatra e a ascensão de Otávio. Esse livro também narra todos esses eventos, mas sempre mostrando o que acontecia do ponto de vista de Antônio e Cleópatra.
A obra se divide basicamente da seguinte forma: Os três primeiros capítulos do livro apresentam uma introdução aos cenários: a Roma Antiga e o Egito Ptolomaico. Os capítulos 4 ao 6 mostram a infância, adolescência e a família dos personagens. Os capítulos 7 ao 19 mostram tudo que aconteceu de 57 a.C. até os dois se tornarem amantes em 41 a.C. E os capítulos 20 ao 29 mostram os dez anos seguintes: a relação do casal, sua atuação na política e o seu fim trágico após a derrota na guerra.
Confira abaixo o conteúdo de todos os capítulos do livro. Logo depois faço uma avaliação da obra.
Exibir conteúdo dos capítulosAntônio & Cleópatra é mais uma obra excelente desse autor que é leitura obrigatória para todos os interessados na crise da república romana e nos personagens do século 1 a.C. Embora o livro seja focado no famoso casal, há muitas informações relevantes sobre os primeiros anos de Otávio no poder, sua participação e ascensão e a visão da sociedade romana sobre os conflitos.
O livro dá um destaque muito grande para os eventos ligados à questão política e militar, mas aspectos da vida cotidiana e eventos pitorescos narrados por biógrafos antigos também são citados. O autor também tenta analisar a psicologia dos personagens, explicando como ela estava conectada as características sociais e culturais da sociedade em que viviam. As motivações dos indivíduos e a visão deles dos eventos também são constantemente debatidas e confrontadas com a opinião de outros historiadores.
Adrian Goldsworthy faz uso de extensa bibliografia, mas principalmente de fontes antigas, tais como: Cícero, Salústio, Díon Cássio, Plutarco, Josefo, Apiano, Suetônio, Tácito, Políbio, Plínio, etc. Por sinal, quem tiver interesse de ler a biografia de Marco Antônio escrita por Plutarco pode conferi-la aqui no site, por esse link. As fontes são analisadas de forma crítica e o autor sempre tenta fazer os julgamentos necessários: porque esse autor antigo narrou o evento dessa forma? Ele realmente tinha como saber dessa conversa ou desse evento que ele narrou?
Assim como em suas outras obras (confira nossa resenha de César - A vida de um soberno), os livros do autor se destacam por proporcionarem uma leitura muito leve e prazerosa. Infelizmente, aqui no Brasil apenas foram lançadas as biografias escritas pelo autor, mas ele também possui várias obras históricas focadas em eventos e análises de outros aspectos da civilização romana, tais como Pax Romana, Hadrian's Wall, How Rome Fell, The Complete Roman Army, Roman Warfare, etc.
Como sempre, você pode ver mais detalhes sobre o contéudo da obra, conferindo as minhas anotações de leitura e as fotos do livro nos links acima da resenha. Abaixo você confere alguns trechos da obra.
Resenha escrita em 07/03/2022.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.
Sobre a crise da república
Há de ter sido difícil para qualquer um da geração de Antônio amadurecer tendo muito respeito pela constituição tradicional da República. Coisas demais já haviam acontecido e continuavam acontecendo diante de seus olhos. A força prevalecia, as leis contavam pouco e se mostravam incapazes de resistir à situação, à medida que senadores acumulavam imensas dívidas que só podiam ser saldadas se eles fossem muito bem-sucedidos. Homens eram arruinados, por vezes mortos por oponentes, ou prosperavam de forma espetacular. A sua primeira experiência de vida pública em Roma provavelmente nada há de ter feito para convencer Antônio do vigor do sistema. (p.142)
Sobre Antônio na Gália
Exceto por Alésia, parece que Antônio não participou de nenhuma batalha considerável durante o seu tempo na Gália. A despeito de Shakespeare, ele não estava com César “no dia em que ele vencera os nérvios” em 57 a.C. A única grande operação de guerra na qual ele esteve presente foi Alésia. Só vale declará-lo por causa da ênfase em fontes antigas e modernas sobre Antônio como soldado. Na verdade, nessa etapa de sua carreira, sua história foi competente, mas não excepcional. Ele não era especialmente experiente e em geral atuava sob o comando de outrem. Logo seria tempo de voltar à política e, em 50 a.C., Antônio deixou a Gália e foi a Roma para candidatar-se outra vez. (p.145)
Comedimento durante os expurgos de Antônio e Otávio
Apesar de toda a selvageria da Guerra Civil e das proscrições, restou uma certa medida de comedimento. Júlia certamente passou um tempo em Roma quando seu filho foi declarado inimigo público, e Fúlvia também pode ter estado lá. Servília, suas filhas e a mulher de Bruto foram igualmente capazes de viver na cidade e fazer campanha em prol dos conspiradores quando Antônio era dominante, e, depois, quando os triúnviros chegaram e Bruto e Cássio passaram a ser inimigos do Estado. Disputas com um político rival não implicavam necessariamente a morte ou o exílio de sua família, e somente parentes adultos do sexo masculino eram suscetíveis a ataques. Apesar da brutalidade da Guerra Civil, algumas convenções ainda eram respeitadas. Todos os lados pretendiam estar lutando em nome da República contra seus inimigos; a ideologia não desempenhou nenhum papel maior, e, como somente os homens podiam deter poder, somente os homens eram tanto aceitáveis para combater como dignos de serem mortos. (p.289)
Otávio e a transformação da cidade de Roma na década de 30 a.C.
A transformação da cidade realmente começou naqueles anos. Tão importantes quanto os próprios monumentos, foram o trabalho e os rendimentos propiciados aos habitantes de Roma. Pequenas obras sempre eram realizadas por escravos; esses projetos, porém, foram um importante plano de criação de empregos. Grande parte das melhorias eram altamente práticas. Agripa tornou-se edil em 33 a.C., um posto extraordinariamente subalterno para um homem que tinha sido cônsul em 37 a.C., mas, como ele ainda era tecnicamente jovem demais para ambos os postos, a situação representava uma ruptura menor com a tradição. Ele assumiu a tarefa de aperfeiçoar os sistemas de abastecimento de água e de esgotos da cidade, e foi lembrado por navegar pelos canais de esgotamento num bote para inspecioná-los adequadamente. Essas inspeções se fizeram seguir por um longo programa de obras. Agripa consertou os aquedutos existentes e acrescentou um novo, o Aqua Julia, e construiu “setecentas cisternas, quinhentas fontes [...] cento e trinta torres d’água”. Roma não deveria ser apenas bela, mas também funcional e um lugar melhor para se viver. Os espólios da vitória deveriam beneficiar o povo romano.(p.408)