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O teatro na Grécia Antiga

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Capa do artigo: O teatro na Grécia Antiga

Um ator grego usando uma máscara em uma peça de teatro. Vaso de 350–325 a.C. MET. N° 51.11.2

Nosso interesse pelo teatro nos conecta intimamente com os antigos gregos e romanos. Quase todas as cidades gregas e romanas de destaque tinham um teatro ao ar livre, com os assentos dispostos em fileiras com uma bela vista da paisagem circundante. Ali os gregos sentaram-se e assistiram as peças de Ésquilo, Sofócles, Eurípides, Aristófanes e de Menandro e dos dramaturgos posteriores.

As partes básicas de um teatro grego.

O teatro grego era formado basicamente pela orquestra (a pista de dança plana do coro), pelo teatron e pela estrutura do edifício do teatro. Como os teatros da antiguidade foram freqüentemente modificados e reconstruídos, os restos sobreviventes oferecem pouca evidência clara da natureza do espaço teatral disponível aos dramaturgos clássicos nos séculos 6 e 5 a.C.

O teatro grego de Epidauro.

Não há evidência física de uma platéia circular anterior à do grande teatro de Epidauro, datado de cerca de 330 a.C. O mais provável é que o público da Atenas do século 5 a.C. estava sentada perto do palco em um arranjo retilíneo, como o que aparece no teatro bem preservado de Thorikos, na Ática. Durante este período inicial do drama grego, o palco e provavelmente o skene (prédio do palco) eram feitos de madeira.

O teatro grego de Thorikos, na Ática.

Pinturas de vaso retratando a comédia grega do final do século 5 e 4 a.C. sugerem que o palco tinha cerca de um metro de altura com um lance de escadas no centro. Os atores entravam de ambos os lados e de uma porta central no skene, que também abrigava o ekkyklema, uma plataforma de rodas com conjuntos de cenas.

Uma ilustração moderna mostrando como deuses e heróis eram içados para o palco.

Um mecanismo, ou guindaste, localizado na extremidade direita do palco, era usado para içar deuses e heróis através do ar para o palco. Os dramaturgos gregos certamente aproveitaram ao máximo os contrastes extremos entre os deuses no alto e os atores no palco, e entre o interior escuro do palco e a luz brilhante do dia.

Tragédias

Pouco se sabe sobre as origens da tragédia grega antes de Ésquilo (cerca de 525-455 a.C.), o mais inovador dos dramaturgos gregos. Sua primeira obra sobrevivente é Os Persas, que foi produzida em 472 a.C.

Busto de Ésquilo. Cópia romana feita por volta de 30 a.C. a partir de um original grego de 340-320 a.C. Museu Arqueológico de Nápoles. Via Wikimedia Commons.

As raízes da tragédia grega, no entanto, provavelmente estão no festival de primavera ateniense de Dionísio Eleuthereus, que incluia procissões, sacrifícios no teatro, desfiles e competições entre os trágicos.

Das poucas tragédias gregas sobreviventes, todas, menos Os Persas de Ésquilo, são baseadas em mitos heróicos. O protagonista e o coro retratavam os heróis que eram objeto de culto na Ática no século 5 a.C.

Muitas vezes, o diálogo entre o ator e o coral servia a uma função didática, vinculando-o como uma forma de discurso público com debates na assembléia. Até hoje, o drama em todas as suas formas ainda funciona como um poderoso meio de comunicação de idéias.

Comédias

Ao contrário da tragédia grega, as performances cômicas produzidas em Atenas durante o século 5 a.C., a chamada Comédia Antiga, ridicularizavam a mitologia e membros proeminentes da sociedade ateniense. Parece não ter havido limite para a fala ou ação na exploração cômica do sexo e de outras funções corporais.

Busto de Aristófanes. Galeria Uffizi, Florença.

Figurinhas de argila e pinturas em vasos datadas em torno e após a época de Aristófanes (450-387 a.C.) mostram atores cômicos usando máscaras grotescas e meias-calças com acolchoamentos na bunda e na barriga, assim como um falo de couro.

Nesse vaso do século 5 a.C. são retratados dois atores com máscara de pássaros e falos de couro entre as pernas. Acredita-se que seja uma representação da peça Pássaros de Aristófanes.

Na segunda metade do século 4 a.C., a chamada Nova Comédia de Menandro (343-291 a.C.) e de seus contemporâneos deram novas interpretações a materiais familiares. De muitas maneiras, a comédia tornou-se mais simples e domesticada, com pouca obscenidade.

Busto de Menandro. Cópia romana feita do século 2 d.C. a partir de um original grego de 300 a.C. Museu do Vaticano.

O acolchoamento grotesco e o falo da Velha Comédia foram abandonados em favor de trajes mais naturalistas que refletiam o novo estilo dos dramaturgos. A diferenciação sutil das máscaras usadas pelos atores ocorreu em paralelo à delineação mais refinada do caráter nos textos da Nova Comédia, que tratava da vida privada e familiar, das tensões sociais e do triunfo do amor em diversos contextos.

Tradução de texto escrito por Colette Hemingway
Outubro de 2004

Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ
Postado por Moacir Führ

Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

Fontes bibiliográficas
  • Greece and Rome. Introduction by Joan Mertens. New York: Metropolitan Museum of Art, 1987.
  • Bieber, Margarete. The History of the Greek and Roman Theater. 2d ed., rev. and enl. Princeton: Princeton University Press, 1961.
  • Bothmer, Dietrich von. Greek Vase Painting: An Introduction. MMA Bulletin 31. New York: Metropolitan Museum of Art, 1972.
  • Green, J. R. Theatre in Ancient Greek Society. London: Routledge, 1994.
  • Green, J. R., and Eric Handley. Images of the Greek Theatre. London: Trustees of the British Museum, 1995.
  • Hornblower, Simon, and Antony Spawforth, eds. The Oxford Classical Dictionary. 3d ed., rev. New York: Oxford University Press, 2003.
  • Trendall, A. D. Phlyax Vases. 2d ed., rev. and enl. London: University of London, Institute of Classical Studies, 1967.
  • Trendall, A. D., and T. B. L. Webster. Illustrations of Greek Drama. London: Phaidon, 1971.
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