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Conteúdos dos capítulos do livro

1 - A Era Colonial: O período colonial e imperial.

2 - Construindo a grande indústria: A fase final do império e a República Velha.  O censo de 1920. A organização da classe operária e reação empresarial.

3 - Entra em cena o Estado: Revolução de 1930 e governo Vargas até 1945. A questão industrial passa a ser política de Estado, e o governo investe na indústria de base.

4 - Desenvolvimentismo e internacionalização: A democratização (1945-1964) com destaque para o governo JK e o Plano de Metas. Começa o grande conflito que irá definir a história do Brasil republicano: neoliberalismo x intervencionismo. Os problemas do Plano de Metas.

5 - Um modelo perverso: A crise de 1962-64, o governo militar, redemocratização e os planos de recuperação da década de 1980. Destaque para a política econômica do regime militar.

6 - Desnacionalização e desindustrialização: O governo Collor, o neoliberalismo, o Plano Real e o desastroso governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.

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A industrialização brasileira

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Capa do livro A industrialização brasileira, de Sonia Regina de Mendonça
Informações técnicas

Autor: Sonia Regina de Mendonça
Coleção: Coleção Polêmica
Páginas: 136
Editora: Moderna
Primeira publicação: 1994
Ano da edição: 2004
Idioma: Português

Sinopse

Analisa a industrialização brasileira desde a instalação das primeiras manufaturas, que se mantiveram incipientes até o final do século XIX, quando começa a nascer a grande indústria, atrelada à expansão cafeeira no Sudeste. A partir do início da Era Vargas, 1930, surgiram novos setores produtivos e desenvolveu-se uma política nacionalista. Na seqüência, ocorreu importante avanço na industrialização, com a participação do capital estrangeiro. A inflação, a dívida externa e a economia cada vez mais dependente tem penalizado sobretudo a classe trabalhadora. Com os governos mais recentes, a autora analisa a crescente desnacionalização da economia, a desindustrialização e o avanço da política neoliberal, fatores que acentuaram a concentração de renda, o desemprego, o subemprego e a terceirização, que atingiram perversamente os segmentos mais pobres e também os da classe média. Ao mesmo tempo que se desenrola a implantação da indústria, a autora examina a luta do operariado que, submetido a péssimas condições de trabalho, organiza-se lentamente em sociedades de classe.

Historiador
Sonia Regina de Mendonça

Sonia Regina de Mendonça concluiu o doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo em 1990. Ingressou como professora da Universidade Federal Fluminense em maio de 1975. Aposentada em 1999, desde então é Docente do Programa de Pós-graduação em História (PPGH).

Anotações de leitura do livro Análise do livro
4/5 BOM

MENDONÇA, Sonia Regina de. A Industrialização Brasileira. São Paulo: Moderna, 2004.

A Industrialização Brasileira é um livro sobre a história da indústria no Brasil, que trata do período que vai da época colonial até o início do século 21. A obra faz parte da coleção Polêmica, da editora Moderna, que apresenta livros sobre temas importantes para a compreensão do mundo contemporâneo.

Antes de ver nossa análise sobre a obra, confira um resumo rápido dos conteúdos de cada um dos capítulos do livro.

Capítulos do livro

1 - A Era Colonial: O período colonial e imperial.

2 - Construindo a grande indústria: A fase final do império e a República Velha.  O censo de 1920. A organização da classe operária e reação empresarial.

3 - Entra em cena o Estado: Revolução de 1930 e governo Vargas até 1945. A questão industrial passa a ser política de Estado, e o governo investe na indústria de base.

4 - Desenvolvimentismo e internacionalização: A democratização (1945-1964) com destaque para o governo JK e o Plano de Metas. Começa o grande conflito que irá definir a história do Brasil republicano: neoliberalismo x intervencionismo. Os problemas do Plano de Metas.

5 - Um modelo perverso: A crise de 1962-64, o governo militar, redemocratização e os planos de recuperação da década de 1980. Destaque para a política econômica do regime militar.

6 - Desnacionalização e desindustrialização: O governo Collor, o neoliberalismo, o Plano Real e o desastroso governo neoliberal de  Fernando Henrique Cardoso.

Exibir conteúdo dos capítulos

O conteúdo do livro

Essa obra apresenta uma história cronológica da indústria no Brasil. Começando pelo período colonial, passando pelo império e chegando até a fase atual da república. O livro apresenta a história da indústria, mas sempre focando em certas questões: a política industrial governamental, os conflitos sociais entre empresários e operários, as leis trabalhistas e a vida da classe operária e a economia mundial e suas diversas fases de expansão e contração. Nas palavras da própria autora:

É a história dessa industrialização - as suas origens, fases e características - que este livro conta. Mas não se tem aqui uma daquelas histórias cheias de heróis e datas importantes. O que vamos descrever é um longo processo, em que a ação dos grupos sociais - com as suas disputas, as suas lutas e os seus acordos - foi determinante para definir os passos dessa indústria, que só deslanchou em pleno século XX, com mais de cem anos de atraso em relação à Europa e aos Estados Unidos. Para se chegar até esse ponto, no entanto, é preciso "passear" pelo túnel do tempo, passando pelo século XIX, quando no Brasil ainda havia escravidão e monarquia, e recuando até o século XVI, quando começou a exploração colonial. (.p7)

As indústrias só se desenvolveram no Brasil realmente a partir de 1890, antes disso não haviam grandes indústrias no país. Rio de Janeiro, a capital do país, foi o grande centro industrial até 1920 quando perdeu essa posição de destaque para São Paulo, que de desenvolvia graças a grande população de imigrantes e ao capital do café, que conforme crescia, investia em outros setores, entre eles a indústria.

O capítulo 2 mostra como foram as primeiras décadas da indústria no Brasil, e como os imigrantes tiveram um papel importante para o seu desenvolvimento. Eles também trouxeram consigo ideias trabalhistas populares na Europa, tais como o anarquismo e o socialismo, e essas ideias tiveram importante papel no desenvolvimento de sindicatos que lutaram pelos direitos dos operários frente a exploração do empresariado. A década de 1910 foi um período de intensas greves e movimentos trabalhistas no sudeste e essa luta permitiu uma leve melhoria nas condições de trabalho dos operários.

No capítulo 3 a autora mostra como a Revolução de 1930 foi sustentada pelo apoio do empresariado, que ocupou importantes cargos dentro do governo. A Era Vargas foi essencial para o desenvolvimento industrial brasileiro, pois permitiu que se chegasse a um acordo entre as classes operárias e empresariais, instituiu leis trabalhistas, controlou os sindicatos e investiu pela primeira vez na indústria de base do país.

A partir de 1945 começa no Brasil um grande conflito sobre a política de desenvolvimento industrial. Esse conflito permanece até hoje e desde então é o tema central da política brasileira. O Brasil deve se desenvolver com recursos próprios ou seu desenvolvimento deve ser baseado em capitais estrangeiros? O Brasil deve adotar uma política neoliberal ou uma política interventora com forte ação e controle do Estado sobre a economia? Esses temas começaram a ser o centro das discussões na décadade 1950 e permanecem sendo importantes até hoje.

O Plano de Metas de JK e a política econômica do regime militar foram baseadas fortemente em ideias neoliberais e na dependência do capital estrangeiro. A crise do petróleo da década de 1970 fez esse modelo entrar em crise, e a década de 1980 foi um período de instabilidade econômica que só foi superado com a  criação do Plano Real em 1994. No entanto, embora tenha criado estabilidade econômica e contido a inflação, o Real colocou a economia brasileira em uma armadilha, dentro da qual o país é incapaz de se desenvolver. Confira a explicação da autora:

Como o Plano Real estabilizou os preços por meio da importação em massa e do câmbio supervalorizado, a nossa dependência dos capitais externos tornou-se estrutural. Ou seja: para manter o país atraente para os capitais especulativos, passou a ser indispensável frear o crescimento da economia. Por quê? Porque a retomada do crescimento levaria ao aumento da importação de máquinas, equipamentos e matérias-primas industriais que, devido ao seu alto valor, desequilibrariam a nossa balança comercial. Por extensão, desequilibrar-se-iam também as nossas contas externas, pondo em risco o pagamento da dívida brasileira. Em situações de recessão, ao contrário, esse déficit externo se reduz e o país fica "bem visto" por especuladores e investidores estrangeiros.(p.114-115)

No capítulo 6 a autora faz uma análise extremamente pessimista sobre o neoliberalismo e muito crítica ao governo de Fernando Henrique Cardoso, pelo seu papel na desindustrialização do país, no aumento da concentração de renda, aumento do desemprego e do custo de vida, ataques a áreas sociais e crescimento da violência.

Opinião

O livro de Sonia Regina de Mendonça é uma excelente obra introdutória sobre a história da indústria brasileira. Todos os temas essenciais para compreendê-la são trabalhados: desenvolvimento da indústria, mudanças políticas nacionais, relações sociais entre patrões e funcionários, economia internacional. A obra também é fartamente ilustrada e apresenta tabelas com dados estatísticos para reforçar seus argumentos.

A leitura do livro é muito agradável e a obra é bem organizada. Fontes primárias interessantes também são apresentadas e há trechos importantes de obras escritas por personagens relevantes dentro do contexto histórico trabalhado, como na página 89, em que é apresentado um trecho do livro de Roberto Campos, ministro do planejamento do presidente Castelo Branco, em que ele justifica a desnacionalização da indústria brasileira. Além de trechos de discursos e escritos dos presidentes brasileiros e da sua visão sobre a política industrial.

Essa obra está disponível na Library Genesis em pdf. Quem tiver interesse em saber informações detalhadas sobre o conteúdo do livro pode conferir minhas anotações de leitura e as fotos da obra, links para ambos na tarja acima dessa resenha.

Resenha escrita em 17/04/2023.

Foto do membro da equipe: Moacir Führ
Escrita por Moacir Führ

Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

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