692 visualizações | 0 comentário(s)
Autor: Hilda A. Hubner Flores
Páginas: 143
Editora: Est Edições
Primeira publicação: 2004
Ano da edição: 2004
Idioma: Português
Esse livro aborda a imigração alemã ocorrida no RS, com início no ano de 1824 e que perdurou até as primeiras décadas do século 20. Abordou-se o processo imigratório-colonizador, em suas implicações com o meio ambiente, sua labuta material e a cultura aqui construída de uma maneira bastante genuína porque, isolados por décadas da comunidade lusa e “esquecidos” pelo governo, os imigrantes e descendentes tornaram-se autores de um sistema de vida próprio, nos aspectos pertinentes a religião, escola, ao tipo de trabalho, de convivência, de recreação, no modo de constituir família, associações e comunidades.
É enfocado o imigrante desde a Europa, onde múltiplas causas concorreram na sua decisão de emigrar. A difícil despedida da pátria e as incertezas da viagem. A chegada ao Brasil. Finalmente o lote rural, no meio da selva, onde o improvisado colono devia construir um novo lar. Para entender o processo imigratório, é preciso considerar as diferentes épocas de chegada dos imigrantes e as condições peculiares de cada local de assentamento: o vale dos Sinos, onde imigrantes renanos povoaram a Colônia de São Leopoldo (1824-1830); o vale do Taquari, povoado por alemães e descendentes dos primeiros colonos (1844-1875), a conquista do Planalto, quando a presença do imigrante italiano superou a do alemão (1875-1889); a ocupação do Alto Uruguai, com imigrantes e migrantes de várias nacionalidades; os assentamentos na República, até a I Guerra Mundial (1890-1914) e finalmente o período pós I Guerra Mundial, com a imigração superada pela migração interna, e a busca de espaço além-fronteiras.
Cada fase apresenta características locais, dentro da política imigratória oficial e dos recursos disponíveis em cada momento e cada região. O aspecto religioso desde logo veio quebrar o monobloco do catolicismo oficial até então dominante. A escola foi encarada como obrigação dos pais, fato que o governo aceitou pacificamente. O isolamento geográfico e cultural estruturou comunidades teutas com características distintas da realidade lusa. Surgiram associações religiosas, de lazer e econômicas.
Cursou Serviço Social, Filosofia e Mestrado em História, todos pela PUC-RS, onde também lecionou. É tradutora e ensaísta. Aposentada, dedica-se à pesquisa de assuntos imigratórios e temática de gênero e é autora de diversas obras sobre a História do Rio Grande do Sul e dos imigrantes. Presidiu a Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul e o Círculo de Pesquisas Literárias RS e foi vice-presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB/RS). É membro da Academia Internacional de Lexicografia, do Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz Gonzaga e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. Tem diversas colaborações na imprensa e tem participação em mais de sessenta coletâneas e obras coletivas nacionais e internacionais. É casada com o historiador Moacyr Flores.
Esse livro ainda não foi resenhado.