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Autor: Sidney Chalhoub
Páginas: 352
Editora: Companhia das Letras
Primeira publicação: 2012
Ano da edição: 2012
Idioma: Português
Diante de um caso de identidade duvidosa de um preso negro que se suspeitava ser cativo, mas que afirmava ser livre de nascimento, o chefe de polícia do Rio de Janeiro entre 1833 e 1844, Eusébio de Queiróz - em tese o responsável pela repressão à escravização ilegal de africanos e ex-cativos -, certa vez afirmou que seria "mais razoável a respeito de pretos presumir a escravidão, enquanto por assento de batismo, ou carta de liberdade não mostrarem o contrário".
A obrigação de provar sua condição de pessoa livre, sob risco de ir a leilão público e retornar aos horrores do trabalho forçado, era apenas um dos obstáculos enfrentados pelos negros brasileiros no exercício de sua incipiente cidadania no Brasil imperial. Como demonstra o historiador e professor Sidney Chalhoub neste ensaio indispensável, o descaso sistemático das autoridades em relação aos direitos mais básicos da população negra não pode ser dissociado das ilegalidades do tráfico de cativos.
Entorpecida pelos pactos de conveniência com a classe proprietária, a vigilância do Estado foi conivente com o contrabando de mais de 700 mil africanos após a proibição nominal do tráfico, em 1831. Essa flagrante ilegalidade sinalizava aos ex-escravos e aos nascidos livres que sua precária experiência da liberdade estava à mercê dos interesses da casta de senhores, disseminando o medo da reescravização e estimulando práticas de resistência social.
Sidney Chalhoub é um historiador e professor universitário carioca nascido em 1957. Chalhoub formou-se no curso de História no ano de 1979, na Lawrence University nos Estados Unidos. No retorno ao Brasil, realizou seu mestrado na UFF no ano de 1984, intitulado "Trabalho, Lar e Botequim: vida cotidiana e controle social da classe trabalhadora no Rio de Janeiro da Belle Époque". No ano de 1989, recebeu o título de doutor após defender a tese "Visões da liberdade : uma história das ultimas décadas da escravidão na corte". É reconhecido como um dos grandes historiadores brasileiros por seus estudos sobre escravidão, cotidiano e trabalho, além de ser um grande estudioso da obra do escrito brasileiro Machado de Assis, fazendo importantes contribuições para o estudo do autor.
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