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Ancient Siege Warfare Persians, Greeks, Carthaginians and Romans 546–146 BC

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Capa do livro Ancient Siege Warfare, de Duncan B Campbell
Informações técnicas

Título traduzido: Antiga guerra de cerco - Persas, gregos, cartagineses e romanos 546–146 a.C.
Autor: Duncan B Campbell
Coleção: Osprey - Elite Series
Páginas: 64
Editora: Osprey Publishing
Ano da edição: 2005
Idioma: Inglês

Sinopse

Os cercos desempenharam um papel central em muitos conflitos do mundo antigo e generais, incluindo Dario, Alexandre, o Grande, Aníbal e Cipião Africano, usaram com sucesso o cerco para atingir seus objetivos. À medida que as táticas de cerco se tornaram parte integrante do sucesso na guerra, os generais empregaram as mentes de engenheiros e cientistas para desenvolver táticas que iam desde penetrar nas defesas ou bloquear a cidade até truques e enganos. Este estudo fascinante rastreia a evolução da guerra de cerco desde a Pérsia Antiga no século 6 a.C. até os cercos romanos do século 2 a.C., descrevendo a gama de equipamentos e técnicas que evoluíram durante esse período.

Historiador
Duncan B. Campbell

Duncan B. Campbell é um estudioso da guerra grega e romana. Ele publicou seu primeiro artigo em 1984, como aluno de graduação na Universidade de Glasgow, na Escócia, e produziu uma reavaliação completa do cerco romano para seu doutorado.

Análise do livro
3/5 REGULAR

CAMPBELL, Duncan B. Ancient Siege Warfare. Oxfort: Osprey Publishing, 2005.

Ancient Siege Warfare é uma obra sobre as técnicas e equipamentos de cerco usados na antiguidade, com foco no período que vai dos persas (séc. 5 a.C) até o a Terceira Guerra Púnica (séc. 2 a.C).

Os títulos dos capítulos refletem bem o conteúdo da obra. Confira abaixo:

  • Guerra de cerco dos persas aquemênidas
  • Guerra de cerco na Grécia Clássica
  • Guerra de cerco no tempo de Dionísio I (Siracusa)
  • Guerra de cerco macedônica
  • Guerra de cerco Helenística
  • Guerra de cerco durante a República Romana

Logo no início do livro o autor esclarece que haviam cinco possibilidades para exércitos que atacariam fortalezas muradas:

  • Tentar entrar passando por cima das defesas (escadas, rampa ou torres)
  • Passando através delas (quebrando a muralha ou o portão)
  • Fazendo um túnel por baixo para desestabilizar a muralha
  • Ameaçando sitiados com a fome
  • Ou ganhando acesso pela traição ou por algum truque

O autor então descreve vários cercos citados por fontes antigas (Heródoto, Xenofonte, Tucídides e Políbio, principalmente) e também discute algumas evidências arqueológicas. O desenvolvimento das catapultas é bastante discutido, mas a verdade é que há poucas fontes sobre o tema, e os autores que escreveram sobre isso muitas vezes usaram termos gerais demais para várias técnicas e equipamentos de cerco, o que torna difícil entender o seu desenvolvimento e a sua utilização.

O que sabemos com certeza é que a maioria dos exércitos antigos tinha grandes dificuldades para sitiar uma fortaleza, e que máquinas de cerco (quando existiam) eram pouco eficazes. Ataques com escadas  visando escalar e tomar as muralhas, foram os mais utilizados, embora envolvessem muitas baixas. Quando tudo falhava os exércitos atacantes costumavam se dedicar ao cerco em si (tentar isolar a cidade atacada e impedi-la de receber comida e comunicação externa).

Os atenienses ficaram famosos na antiguidade pela tática do circulamento (periteichismos), que consistia em cercar a cidade atacada com uma muralha/paliçada temporária para garantir que a cidade fosse totalmente isolada do mundo exterior. Mas mesmo esse tipo de estratégia tinha seus problemas. Em Siracusa, os atenienses falharam em circular toda a cidade, sendo repelidos por forças dos sitiados. Além disso, mesmo com uma muralha circulando toda a cidade, o cerco poderia se estender por meses e até anos, o que levou muitos exércitos sitiadores a desistirem dos cercos depois de algum tempo.

As máquinas de cerco

Em dois momentos na antiguidade grega houve um incentivo maior para o desenvolvimento de máquinas de cerco: durante os reinados de Filipe II da Macedônia (r. 359-336 a.C.), e Dionísio I de Siracusa (r. 405-367 a.C.). Ambos contrataram equipes de engenheiros para desenvolver máquinas para suas campanhas de conquista.

Mas quais foram as máquinas de cerco desse período? Especialmente oxibeles, catapultas do tipo ballista, aríetes e aríetes com cobertura, ganchos (usados por defensores) e torres de cerco. O autor cita a gastafretas, bestas da antiguidade, como dispositivos que podem ter servido como base para modelos fixos como o oxibeles. Confira algumas imagens dessas máquinas abaixo:

Oxibeles, uma arma disparadora de dardos usada pelos gregos no século 4 a.C. Ilustração moderna.Catapulta do tipo balista, a mais comum na antiguidade. Ilustração moderna.Aríete com cobertura sendo usado para danificar muralha. Ilustração moderna.O carregador de aríete em forma de tartaruga de Hegetor de Bizâncio (Ram-tortoise of Hegetor). Ilustração moderna.Ganchos e guindastes. Os mesmos dispositivos usados para carregar navios com mercadores e para auxiliar nas construções podiam ser utilizado para agarrar e derrubar torres e outras máquinas de cerco. Ilustração moderna de Adam Hook.Helépolis, famosa torre de cerco utilizada por Demétrio nos ataques contra Salamina do Chipre e no cerco de Rodes em 306 a.C. Ilustração moderna.Reconstrução de uma gastafretas (Gastraphetes), uma besta usada na antiguidade. Museu romano do forte de Saalburg, Alemanha.

No capítulo 'Guerra de cerco durante a República Romana' o autor também fala da Enciclopédia Mecânica, obra de Filão (Philon) de Bizâncio, escrita no século 3 a.C.. Nela o autor trazia conselhos sobre valas para que as rodas das máquinas de cerco andassem melhor ou pior, dicas para defesa de pedra de catapulta e conselhos para defesa e ataque de muralhas por soldados.

O que sabemos é que máquinas de cerco como torres e aríetes existiam desde o período assírio (Séc 7 a.C., pelo menos), mas catapultas lançadoras de pedras e grandes dardos só se tornaram mais comuns no século 4 a.C.

Mas mesmo após o século 4 a.C. as táticas de cerco se basearam muito mais nos cercamentos e no ataque direto as muralhas com o uso de escadas. Aríetes, torres de cerco e catapultas tinham a sua função para desestabilizar o psicológico dos sitiados, mas normalmente não eram capazes de fazer mágica. Cercos costumavam levar muito tempo e o mais comum era que a cidade fosse capturada após uma escalada com escadas ou mesmo após uma traição de algum habitante que abria os portões para os sitiadores. Nos demais casos, os cercos podiam se estender por meses ou anos.

Sobre o livro

O livro é interessante para dar uma ideia geral das técnicas e máquinas de cerco usadas no período. Mas devido a limitação das fontes e dos achados arqueológicos, a verdade é que nossa visão sobre o tema ainda é muito limitada.

Mas acredito que o autor poderia ter dado uma visão melhor sobre todos os tipos de máquinas de cerco que são conhecidas no período e sobre a sua capacidade de ataque. A obra é muito baseada nas limitações citações presentes em fontes do período, mas não dá uma visão clara sobre o desenvolvimento das técnicas de cerco durante os três séculos que o livro cobre.

As ilustrações

A obra apresenta 7 desenhos (plates) feitas por Adam Hook, que você confere abaixo:

Cerco persa a Palaipafos, 498 a.C. Ilustração moderna de Adam Hook. Cerco ateniense a Siracusa, 415-413 a.C. Ilustração moderna de Adam Hook.Cerco de Dionísia a Mócia, 397 a.C. Ilustração moderna de Adam Hook.Cerco de Alexandre o Grande a Tiro, 332 a.C. Ilustração moderna de Adam Hook.Cerco de Cipião em Cartago Nova, 290 a.C.Cerco de Filipe V a Aquino, 210 a.C. Ilustração moderna de Adam Hook.Cerco de Cartago por Cipião Ameliano, 149-146 a.C. Ilustração moderna de Adam Hook.

Resenha escrita em 30/03/2024.

Foto do membro da equipe: Moacir Führ
Escrita por Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

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