Título traduzido: As Guerras Púnicas 264-146 a.C.
Autor: Nigel Bagnall
Coleção: Osprey - Essential Histories
Páginas: 96
Editora: Osprey Publishing
Ano da edição: 2002
Idioma: Inglês
As três guerras púnicas duraram mais de 100 anos, entre 264 a.C e 146 a.C. Representaram uma luta pela supremacia no Mediterrâneo entre o poder terrestre de Roma, empenhado na conquista imperial, e o grande poder marítimo de Cartago, com suas colônias e postos comerciais espalhados pelo Mediterrâneo.
Este livro revela como os dramas e tragédias das guerras púnicas exemplificam muitas lições políticas e militares que são tão relevantes hoje como quando Aníbal e Cipião Africano lutaram para determinar o curso da história no Mediterrâneo.
Nigel Bagnall (1927-2002) nasceu na Índia, filho e neto de oficiais do Exército. Ele foi educado no Wellington College e ingressou no exército em janeiro de 1946. Comissionado um ano depois, serviu na Palestina, Malásia, Zona do Canal, Chipre, Bornéu, Cingapura e Alemanha. Foi comandante em chefe do exército britânico do Reno e terminou sua carreira como chefe do Estado Maior. Foi bolsista de defesa no Balliol College, Oxford, e depois honorário.
BAGNALL, Nigel. The Punic Wars 264–146 BC. Oxford: Osprey, 2002.
As Guerras Púnicas 264-146 a.C. é um livro da coleção Histórias Essenciais da editora inglesa Osprey. Os livros dessa série cobrem grandes guerras do passado. São obras com em média 100 páginas, fartamente ilustradas com fotos e mapas, que apresentam uma visão bastante detalhadas dos eventos. A maior parte dos livros dedicados à Roma Antiga conta com apenas algumas poucas páginas sobre as Guerras Púnicas, então um livro de 100 páginas totalmente dedicado a elas, teria potencial para trazer muitas informações novas e interessantes.
Infelizmente não é o caso desse livro. Essa obra é escrita por um ex-militar do exército britânico, que não parece ter muita familiaridade com a escrita histórica. Seu texto é confuso, focado unicamente nas batalhas, nos grandes eventos militares e nos grandes líderes e não dá nenhuma atenção as causas e as consequências do conflito. O autor também faz uma defesa constante da guerra como algo inevitável, uma visão típica de alguém que dedicou sua vida as forças armadas.
A parte mais interessante da obra é a descrição do exército e da marinha romana e cartaginesa, mas mesmo com relação a esse tema o texto é fraco. E quando chega na guerra em si, o autor decidiu dividir o conflito em palcos de guerra, ao invés de fazer uma descrição cronológica, e isso tornou a compreensão dos eventos muito confusa.
Gostei do fato do autor ter dado bastante destaque a 1° Guerra Púnica (264-241), já que muitos estudiosos preferem ignorar esse conflito, mesmo que ele tenha sido o mais longo de todos. Muitos preferem dar total atenção a 2° Guerra Púnica (218-201), porque a ela pode ser dado uma visão mais pessoal, já que há grandes nomes envolvidos, como Aníbal e Cipião Africano. Mas, por outro lado, o autor desconsiderou completamente a 3° Guerra (149-146), talvez porque ela foi muito mais uma guerra de destruição, um verdadeiro genocídio, do que uma guerra real.
No que diz respeito as Guerras Púnicas, eu gostei muito mais das páginas que Will Durant dedicou ao conflito em sua obra César e Cristo. O autor escreveu apenas umas 15 páginas e conseguiu trabalhar o tema de forma muito mais profunda, trazendo uma visão muito mais vívida e complexa dos eventos.
A obra de Nigel Bagnall é fraca e eu não recomendo. É uma pena, porque o mercado nacional já não conta com grandes obras sobre esse conflito, e mesmo essa obra, disponível apenas em inglês, deixa a desejar.
No momento estou lendo um segundo livro da editora Osprey, intitulado The Roman Army of the Punic Wars 264–146 BC (O exército romano das Guerras Púnicas 264-146 a.C.), e acredito que essa será uma leitura mais produtiva, já que é de autoria de Nic Fields, um autor que já escreveu outras obras excelentes para a editora.
Resenha escrita em 05/03/2020.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.