Apresentação: Apresentação da obra e de alguns temas que serão discutidos.
1 - O poder dos López: A família López, Solano e a vida antes da guerra.
2 - Grande Província das Índias: Uma breve história do Paraguai até 1850.
3 - Na corte de Napoleão III: Solano na Europa. Conhece Elisa Lynch em Paris.
4 - Retorno: A relação tensa entre Elisa Lynch e a família López. Os primeiros filhos do casal. A reação da sociedade paraguaia à nova mulher do filho do presidente.
5 - O “Rei dos Macacos”: O Brasil, o imperador Dom Pedro II e as relações com o Paraguai.
6 - A bacia da discórdia: As relações tensas entre Brasil e Paraguai na década de 1850. A Missão Pedro Ferreira de Oliveira e a epidemia de 1855. O acordo López-Paranhos de 1858.
7 - Solano López, pacificador: A Argentina e a crise política. Solano López age como intermediário para que haja entendimento entre Mitre e Urquiza.
8 - A busca de um salto tecnológico: A economia paraguaia, as ferrovias e as inovações no Paraguai. Antônio López, pai de Solano, e sua visão do Brasil.
9 - Sucessão: Antônio López morre e o congresso elege Solano López como novo presidente.
10 - Limpando o caminho: O enriquecimento da família López e a perseguição aos adversários.
11 - Era de ouro: A Era de Ouro do governo Solano López e as suas tendências autoritárias.
12 - Uruguai: Breve história do Uruguai e a relação com o Brasil.
13 - O fator Venâncio Flores: Luta entre blancos e colorados no Uruguai e a chegada de Venâncio Flores do exílio.
14 - O rompante de López: A crise política no Uruguai e a interferência brasileira. O Paraguai se mete no conflito e captura o navio Marquês de Olinda.
15 - A queda de Paissandu: Brasileiros ajudam os colorados a derrotar os blancos no Uruguai. Começa uma aproximação entre os países que formarão a Tríplice Aliança.
16 - O Paraguai invade o Brasil: Dom Pedro II e o casamento de suas filhas. Solano amplia seu exército e invade o Mato Grosso. O saque paraguaio a Corumbá.
17 - O triunfo colorado: Montevidéu se rende aos colorados. O Protocolo de Paz de Villa Unión. Fim da guerra no Uruguai.
18 - Explode o conflito: Solano declara guerra à Argentina e invade o país que se une contra os paraguaios.
19 - A Tríplice Aliança: É formada a Tríplice Aliança. Primeiras organizações dos exércitos desses países. Guerra em Corrientes.
20 - O desastre de Riachuelo: A Batalha de Riachuelo em 1865.
21 - Visões sobre a guerra: As controvérsias envolvendo o conflito e os historiadores mais importantes a escrever sobre o tema.
22 - A marcha para Uruguaiana: Invasão paraguaia ao Rio Grande do Sul. As lutas contra os paraguaios em Corrientes.
23 - Encurralados pela Aliança: As limitações das tropas paraguaias e as primeiras derrotas.
24 - Derrotados pela fome: A viagem de Dom Pedro II ao front de batalha em 1866. O cerco de Uruguaiana. Conferência dos três chefes de Estado aliados. Brasil reata relações com a Inglaterra. Solano ordenada a retirada das tropas da Argentina.
25 - Fuzilados no forte: Preparação dos aliados para invadir o Paraguai. As pinturas de Cândido Lopez. A organização do lado brasileiro e as táticas e fortalezas de Solano López. A Batalha de Itapiru.
26 - A missão suicida: Ataques a Itapiru e grandes perdas dos aliados. Itapiru vira base dos aliados. Tratado da Tríplice Aliança vaza na imprensa.
27 - Tuiuti, a batalha mais sangrenta: A batalha de Estero Bellaco e de Tuiuti em 1866.
28 - Ana Néri e as mulheres no front: A vida cotidiana na guerra. Cuidados médicos. Mulheres na guerra. Ana Néri e Floribela.
29 - Uma cartada para ganhar tempo?: A batalha de Curuzú em 1866. Solano propõe acordo de paz e se encontra com Mitre.
30 - Os presságios de Curupaiti: A fortaleza de Curupaiti e a batalha que deu uma grande vitória aos paraguaios.
31 - Voluntários, mas nem tanto: O apoio popular diminui na Argentina e Uruguai. Os “voluntários” no Brasil e os negros e escravos na guerra.
32 - Caxias, o trunfo de Pedro II: Caxias é enviado para a guerra e faz diversas reorganizações nas forças brasileiras. A cólera ataca as tropas. A cautela de Caxias. A guerra na imprensa e os ataques a Caxias.
33 - A retirada da Laguna: A guerra no Mato Grosso e a retirada de Laguna.
34 - A morte do herói e a segunda Tuiuti: Elisa Lynch na guerra. Morte do general paraguaio José J. Díaz. O desafio da conquista de Humaitá.
35 - A conspiração: Morte do vice-presidente argentino por Cólera. Mitre passa o comando das tropas aliadas para Caxias. Aumenta pressão popular para Argentina sair da guerra. Venâncio Flores é assassinado no Uruguai. Novo acordo de paz oferecido e rejeitado por Solano López. Solano começa a investigar uma grande conspiração contra seu governo organizada por seus familiares.
36 - Os julgamentos de San Fernando: O cerco a Humaitá em 1867-1868. Paraguaios se retiram de Humaitá. As execuções orquestradas por Solano López e as torturas do Toro Pichai.
37 - A Dezembrada: A série de campanhas levadas a cabo contra os paraguaios no final de 1868. A manobra de Piquissiri. Mais execuções e mortos no lado paraguaio. Aliados marcham para Assunção.
38 - Assunção, cidade aberta: O saque de Assunção. A retirada de Caxias. Formação do governo provisório paraguaio.
39 - A mãe sentenciada: Solano e a dúvida: deve sentenciar suas irmãs e sua mãe a morte?
40 - A vez do conde D’Eu: Conde D’Eu é chamado para comandar a guerra. Chega a Assunção e se encontra com comandantes.
41 - O massacre de Concepción: Os massacres executados por Toro Pichai em nome de Solano López. A chegada das tropas brasileiras lideradas pelo general Câmara traz alívio aos paraguaios.
42 - A campanha da Cordilheira: A campanha nas montanhas e a batalha de Piribebuy (1869). As execuções de paraguaios e a tortura de Pedro Pablo Caballero.
43 - As crianças de Acosta Nú: Solano López continua fugindo. A batalha de Campo Grande (1869) e a nova fuga de Solano.
44 - A Caravana da Morte: Os últimos dias de Solano López e o estado do “exército” paraguaio.
45 - O fim: O fim de Solano López em Cerro Corá. O massacre de paraguaios. Elisa Lynch não é morta e enterra Solano e seus filhos.
46 - O destino de cada um: O que aconteceu com os envolvidos no conflito. O autor narra rapidamente o que cada um dos personagens fez nos anos seguintes.
47 - Do pós-guerra aos dias atuais: A política no Paraguai pós-guerra e a relação entre Brasil e Paraguai nos anos seguintes.
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Autor: Luiz Octavio de Lima
Páginas: 448
Editora: Planeta
Ano da edição: 2016
Idioma: Português
Maior confronto armado da história da América do Sul, a Guerra do Paraguai é uma página desbotada na memória do povo brasileiro. Passados quase 150 anos das últimas batalhas deste conflito sangrento que envolveu Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o tema se apequenou nos livros didáticos e se restringiu às discussões acadêmicas. Neste livro, fruto de pesquisas históricas rigorosas, mas escrito com o ritmo de uma grande reportagem, o leitor poderá se transportar para o palco dos acontecimentos e acompanhar de perto a grande e trágica aventura que deixou marcas profundas no continente sul-americano. Por uma narrativa repleta de lances surpreendentes, desfilam não apenas os governantes e líderes militares dos países diretamente envolvidos no conflito, que em momentos alternados viveram papéis de heróis e vilões, como ganham luzes as ações e os dramas de figuras menos conhecidas, mas igualmente fascinantes: a ardilosa amante do líder paraguaio Solano López; religiosos implacáveis; combatentes submetidos a dores e privações; mulheres e crianças testadas no limite da bravura; e escravos que viram na guerra o caminho para a liberdade. O livro também se ocupa de discutir (e algumas vezes desfazer) os mitos criados ao sabor dos ventos ideológicos que sopraram sobre o continente em diferentes períodos desde então.
Luiz Octavio de Lima (-2020) foi um jornalista, formado pela PUC-RJ e com MBA em Economia pela Unicamp-Facamp. Atuou nas redações de O Globo, Folha de S. Paulo, Veja, O Estado de S. Paulo, Época e Exame. Publicou, entre outros, os livros A Guerra do Paraguai, 21 Grandes Batalhas que Mudaram o Brasil, 1932: São Paulo em Chamas e Os Anos de Chumbo.
LIMA, Luiz Octavio de. A Guerra do Paraguai. São Paulo: Planeta, 2016.
A Guerra do Paraguai é uma obra do jornalista Luiz Octavio de Lima sobre o conflito mais importante da história do Brasil. A guerra, também conhecida como Guerra da Tríplice Aliança, aconteceu entre 1864 e 1870 e foi fundamental para o desenvolvimento do exército brasileiro, o fim da escravidão e o enfraquecimento do regime monárquico. Além de ter sido o conflito mais amplo e mais custoso para o Estado brasileiro, sem falar que cerca de 50 mil brasileiros teriam perdido a vida no conflito (a cifra ainda é motivo de discussão).
Na introdução do livro, o autor descreve os seus objetivos com a obra. Confira:
Este relato é uma dramatização de fatos longamente apurados, fruto de extensa pesquisa, entrevistas, levantamento de imagens, estudo de publicações e material de arquivo, assim como visitas realizadas, nos países do Cone Sul, aos lugares onde os acontecimentos descritos ocorreram. Os diálogos acrescentados em algumas passagens são quase literais, adaptados de cartas, anotações e testemunhos da época feitos pelos próprios personagens ou reproduzidos posteriormente por quem conviveu com eles. (...) esse monumental evento é investigado neste estudo por meio de uma narrativa que se pretende acessível e até didática, com aspectos de crônica de época, sempre ancorada em fartadocumentação e sem a preocupação de buscar heróis ou vilões absolutos, e sim de situar personagens e seus atos no contexto dos tempos incomuns que viveram. (p.18-19)
A obra é composta por 47 capítulos. Confira um resumo rápido de cada um deles:
Exibir conteúdo dos capítulosA Guerra do Paraguai é uma boa obra introdutória, especialmente se você não se importa com textos mal escritos. Alguns aspectos dessa obra que me chamaram muito a atenção negativamente foram:
Quantidade exagerada de nomes: Diversos personagens que não tem nenhuma importância para a história são citados e depois nunca mais aparecem no texto. Isso se torna ainda pior porque a maioria dos personagens tem nomes compostos (com 3 a 5 palavras). Além disso, a obra praticamente não tem fotos desses indivíduos, o que torna a identificação ainda mais difícil. O autor também exagera na nomeação de barcos, canhões e outros objetos inaminados. Todas essas informações poderiam e deveriam estar na obra - não me entenda mal - mas é pra isso que existem as Notas! Um exemplo disso é esse parágrafo:
Em 25 de maio, uma divisão aliada conseguiu retomar a cidade de Corrientes, mas a glória durou pouco mais de 24 horas. Para a investida, o Alto Comando da Tríplice Aliança havia organizado uma expedição formada por dezenove barcos de guerra, entre eles as canhoeiras brasileiras Parnaíba, Araguari, Iguatemi, Mearim, Itajaí, Jequitinhonha, Beberibe, Belmonte, Ipiranga, os vapores argentinos Pampero e Pavón, mais de cinquenta peças de artilharia e 2.287 combatentes sob o comando do vice-almirante Francisco Manuel Barroso, apoiados por 1.800 homens do general uruguaio Wenceslao Paunero, recém-chegado. A ocupação da cidade foi defendida pelo sargento José de la Cruz Martínez, acompanhado do ministro José Berges, e pelo vapor Pirabebe, sob o comando do tenente Toribio Pereira. (p.192)
Que tal reescrevermos esse texto para tornar a leitura mais agradável?
Em 25 de maio, uma divisão aliada conseguiu retomar a cidade de Corrientes, mas a glória durou pouco mais de 24 horas. Para a investida, o Alto Comando dos aliados havia organizado uma expedição formada por 19 barcos de guerra, mais de 50 peças de artilharia e 2.287 combatentes brasileiros, apoiados por 1.800 homens recém-chegados do Uruguai. A ocupação da cidade foi defendida por tropas comandadas por um sargento com apoio de um barco a vapor, sob o comando de um tenente. (p.192)
Falta de referências visuais: Tendo em vista essa ser uma obra voltada para o público geral, também me chamou a atenção a falta de fotos de indivíduos e lugares. Além disso, os mapas também são escassos ou ruins. Essas informações existem na internet, elas não estão na obra apenas por pura má vontade do autor ou da editora.
Identificação das batalhas: Estamos falando de uma guerra! Batalhas e confrontos costumam receber nomes para facilitar os estudos e estimular mais pesquisas. Mas é realmente difícil identificar quais são as batalhas descritas pelo autor em muitos trechos da obra. Ele simplesmente não consegue identificar os eventos antes, durante ou depois. Em pelo menos três ocasiões eu simplesmente não tive ideia do que ele estava narrando! No capítulo 37, que narra a Dezembrada, não é possível identificar as diversas batalhas e movimentos dos exércitos aliados. É tudo muito confuso!
Relatos simplistas e rápidos demais: Os capítulos da obra são todos muito curtos. Isso é bom por um lado, pois torna a leitura mais rápida e movimentada mas, ao mesmo, alguns eventos e condições são narrados de forma extremamente simplista, e isso torna a leitura confusa em alguns momentos. Isso vale especialmente para os iniciantes. Como eu já tinha uma boa ideia dos temas tratados, não fiquei muito perdido, mas acho que pessoas que estão começando a estudar o tema podem ficar bem confusas.
Desprezo por Caxias: Outra coisa que me chamou a atenção foi o total desprezo do autor à figura do marquês de Caxias, que comandou as tropas brasileiras entre novembro de 1866 e janeiro de 1869 (mais de 2 anos!!). O autor faz poucos comentários sobre o trabalho de Caxias, dedica a ele apenas alguns parágrafos e o mostra quase como um covarde, que pediu várias vezes para ir para casa e não fez nada de muito útil para o avançar do conflito. Isso também me irritou muito, pois sempre gostei muito desse personagem histórico e acredito que uma obra sobre a guerra do Paraguai deveria dar mais destaque e valorizar a atuação dele.
No quesito imparcialidade, acredito que o autor fez um bom trabalho. Os abusos cometidos por todos os envolvidos são narrados sem puxar especialmente para nenhum lado. As execuções e massacres cometidos por Solano López são destacadas, mas os abusos do Conde d'Eu e a violência das tropas de Venâncio Flores também ganham espaço. Não haviam santos nesse conflito, como não há em nenhuma guerra.
Li algumas resenhas da obra no Skoob e percebi, para minha surpresa, que a obra é extremamente elogiada pelo público geral. Eu achei o livro bastante fraco e até pensei em desistir da leitura em alguns ocasiões. Acabei tirando o final de semana para fazer uma maratona de leitura, e fiquei muito feliz quando finalmente acabei e me livrei do fardo que foi ler essa obra.
O livro é interessante, mas como poderia não ser? A Guerra do Paraguai é um evento fascinante da nossa história, com muitos personagens marcantes. Escrever um livro chato sobre esse conflito é quase impossível. O que me irritou realmente na obra foi a baixa qualidade da escrita do autor. O que é estranho, já que ele era um jornalista, um grupo que costuma ter por talento justamente a escrita. Um dos mistérios da vida!
O autor se foca bastante nos grandes personagens envolvidos no conflito: os líderes políticos e militares. Há poucas informações sobre os soldados e a parte logística do conflito. O livro também faz relatos das principais batalhas, mas eu achei eles um pouco confusos, embora curtos. Os mapas também não ajudaram muito a dar uma noção geográfica melhor do conflito.
A obra é uma leitura rápida e leve e serve muito bem como uma peça introdutória para quem quer se iniciar no tema. Pelo menos é que o dizem os não-especialista que resenharam o livro no Skoob.
Minha avaliação final? Decidi ser generoso e dar 3 estrelas para a obra, mas acho que ela está mais para um 2 e meio. O livro tem muitos problemas, esteja ciente disso.
Essa obra também está disponível na Library Genesis. Quem tiver interesse em saber informações detalhadas sobre o conteúdo do livro pode conferir minhas anotações de leitura e as fotos da obra, links para ambos na tarja acima dessa resenha.
Resenha escrita em 06/11/2022.
Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.