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Grandes civilizações do passado: Mesopotâmia

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Capa do livro Grandes civilizações do passado: Mesopotâmia, de Michael Roaf
Informações técnicas

Autor: Michael Roaf
Título original: Cultural Atlas of Mesopotamia
Coleção: Grandes civilizações do passado
Páginas: 262
Editora: Folio
Primeira publicação: 1990
Ano da edição: 2006
Idioma: Português

Sinopse

Desde o final da última Era Glacial e até surgirem as civilizações da Grécia e de Roma, as sociedades mais avançadas viveram no Oriente Médio. Foi ali que se produziu a transição fundamental da caça e da colheita para a agricultura, onde se ergueram os primeiros templos e as primeiras cidades, onde pela primeira vez se trabalhou o metal, se escreveu e apareceram os reinos e os impérios. O coração do antigo Oriente Médio era a Mesopotâmia, com suas férteis planícies irrigadas pelo Eufrates e pelo Tigre. O poder dos diversos reinos mesopotâmicos estendeu-se muito além das planícies baixas em diferentes períodos, estabelecendo contato com regiões vizinhas, que também contribuíram significativamente para a civilização dessa região. Este livro procura descrever os aspectos principais das conquistas do homem na Mesopotâmia e no antigo Oriente Médio, tendo a geografia da área como pano de fundo.

Confira o índice completo da obra aqui.

Arqueólogo
Michael Roaf

Arqueólogo britânico nascido em 1947. É especializado em assiriologia e estudos sobre o Irã antigo. Estudou arqueologia da Ásia ocidental na Universidade de Londres e fez seu doutorado na Universidade de Oxford. Foi diretor da Escola Britânica de Arqueologia no Iraque (1981-1985) e catedrático adjunto do Departamento de Estudos do Oriente Próximo da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Também foi professor de arqueologia da Universidade de Munique, na Alemanha.

Anotações de leitura do livro Análise do livro
4/5 BOM

ROAF, Michael. Grandes Civilizações do Passado: Mesopotâmia. Barcelona: Folio, 2006

A obra "Mesopotâmia" da coleção Grandes Civilizações do Passado foi o livro que li essa semana. Trago agora para vocês os meus principais comentários.

Primeiro os pontos positivos, e existem muitos: O livro é bastante técnico, e é escrito por um arqueólogo especializado em estudos sobre essa região. A abundância de informações que estão presentes na obra é absurda. O livro cobre praticamente todos os tópicos que você pode esperar, e muitos que você nem espera.

A obra também está recheada de mapas, são mais de 40! E eles ajudam muito na compreensão das informações. Há, de fato, mapas tão maravilhosos, que você fica com vontade de dedicar alguns minutos só para analisar cada detalhezinho.

O livro também possui várias Seções Especiais (confira as fotos acima), e é nelas que estão os melhores textos e ilustrações. Essas seções especiais, espalhadas ao longo do livro, tratam daqueles que são os temas mais interessantes: temas ligados a cultura e às principais contribuições dessa civilização.

Também é necessário elogiar as ilustrações. O livro possui mais de 200 fotos muito bem organizadas e identificadas, e há muitos comentários úteis ao lado de todas essas fotos, mapas e ilustrações. Não deixe de lê-los!

Gostei bastante do fato de que o autor, um arqueólogo de formação, dá bastante destaque aos achados arqueológicos da região. É algo que também tem uma relevância para mim, principalmente quando do estudo das civilizações da antiguidade.

São esses os pontos positivos. Agora vamos para os negativos, e também há vários pontos irritantes.

O foco principal do autor nos primeiros capítulos é descrever em minúcias os achados arqueológicos de civilizações pré-históricas da região. E conforme ele avança no tempo, e as fontes vão ficando melhores, essas descrições arqueológicas vão se convertendo em longos e tediosos relatos de eventos políticos, batalhas, golpes palacianos e nomes de incontáveis reis.

Eu até gosto de história política, não me entenda mal, mas quando a gente fala das civilizações da antiguidade, civilizações que duraram mais de 3 mil anos, querer descrever eventos políticos de cada um dos reis é maçante. O importante é realmente identificar certos padrões, e tentar trabalhar o caráter humano. Tentar compreender o porque dos líderes agirem dessa maneira para, assim, entender a mentalidade da época.

Essa é a minha principal crítica a essa obra. O autor apresenta uma quantidade gigantesca de informações, mas tem dificuldade (ou desinteresse) de produzir um texto de fácil compreensão que analise o lado humano da sociedade mesopotâmica.

O texto é muito técnico. É uma leitura, em muitos momentos, cansativa.

Na primeira metade do livro o autor utiliza termos técnicos como "Dinástico I Inicial" ou "Ninivita 5", "Período Ubaid", e não se dá ao trabalha de explicar esses termos. É claro que, para alguém com um mínimo de conhecimento técnico de arqueologia, é fácil supor. Mas o problema é que a forma como o texto é construído torna a compreensão bastante difícil.

Além disso, no começo do livro o autor se perde em descrições técnicas de sítios arqueológicos em diversas cidades diferentes. Alguns pontos são até interessantes, mas falta uma conclusão. Falta a habilidade muitas vezes demonstrada por jornalistas que se aventuram na história: a capacidade de pegar todos esses dados e fazer suposições e tentar recriar o período e entender como era o dia-a-dia desses seres humanos, que viviam nessas condições e estavam mergulhados nessa cultura.

A impressão que fica é que o autor tem aquele medo clássico dos historiadores: o temor de ser julgado por seus pares.  Bloqueado por esse medo muitos historiadores deixam de criar hipóteses, conjecturas. Mas esse é o lado fascinante da história, tentar raciocinar e fazer a pergunta mais importante: Baseado nas informações que temos, como era essa sociedade?

Como eu já mencionei anteriormente, o autor cobre praticamente todos os tópicos possíveis. Mas a obra têm, inegavelmente, três tópicos principais:  a pré-história do Oriente Médio, a civilização da Suméria e os Assírios. Esses são os temas trabalhados em 136 páginas do total de 223.

Um problema muito grave da obra, pelo menos nessa versão, é o fato de que o Indice Analítico, que lista todos os temas e as páginas em que eles são tratados, parece estar completamente errado. Isso é algo que dificulta muito a pesquisa.

Um ponto que me decepcionou foi a ausência de mais informações sobre os códigos de leis criados nessa época. Quando o assunto é Mesopotâmia, esse é um tema muito interessante, já que temos registros de diversos conjuntos de leis da época, como o código de Hamurabi e o código de Ur-Nammu. É uma pena que o autor não tenha tido interesse de trabalhar essas  questões mais a fundo.

Sobre as ilustrações da capa e contracapa : a foto de capa mostra o zigurate de Untash-Napirisha, da civilização Elamita do Irã. E a imagem na contracapa mostra um detalhe do Estandarte de Ur.

O Estandarte de Ur. Cerca de 2500 a.C. Museu Britânico. N° 121201

A mesma obra também pode ser conferida nessa versão em dois volumes publicada no Brasil pela Editora Del Prado (foto abaixo). A obra é exatamente a mesma mas foi publicada com o título Grandes Impérios e Civilizações. Um fato estranho é que, mesmo que tenhamos tantas imagens de fontes materiais e ruínas da antiga Mesopotâmia, a Editora Del Prado decidiu usar como capa da obra duas imagens que não tem nada a ver com a essa civilização. A capa do primeiro volume é um relevo da cidade persa de Persépolis (Lion and deer on bas-reliefs of Persepolis, Iran). E a capa do segundo volume são ruínas de um túmulo no monte Nemrut (Nemrut Dağ) no sul da Turquia, que datam do período Helenístico.

A mesma obra também pode ser conferida nessa versão em dois volumes publicada no Brasil pela Editora Del Prado. A obra é exatamente a mesma mas foi publicada com o título Grandes Impérios e Civilizações.

Resenha escrita em 30/08/2018.

Foto do membro da equipe: Moacir Führ
Escrita por Moacir Führ

Moacir tem 37 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.

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