Autor: Bernardino José de Sousa
Coleção: Brasiliana
Páginas: 155
Editora: Ed. Nacional
Primeira publicação: 1938
Ano da edição: 1978
Idioma: Português
Quem não conheceu o Professor Bernardino José de Sousa, ou não assistiu quer a uma aula quer a uma dissertação por ele proferida, não tem idéia do que é um professor dotado de entusiasmo, no sentido etimológico do termo. Por temperamento, não expunha nem ensinava: inflamava o aluno de paixão pelo tema. Tinha o dom de despertar a alma do ouvinte para a importância e para a beleza do tema em estudo.
Esse aspecto de seu espírito, que comprova a velha afirmação de que o talento baiano exige auditório, era contrabalançado por outro, que continha os excessos aos quais o primeiro poderia levar. Era de um escrúpulo acabado na pesquisa de tema que enfrentasse. Toda aquela onda de paixão transformava-se em tenacidade inquebrantável. Iria ao fim do mundo em busca de um calhau que lhe faltasse, como um geólogo maníaco, na expressão de Saínte-Beuve. De modo que suas obras, revestidas de exaltação incontida, eram, ao mesmo tempo, de precisão heurística inatacável. Um tema que o apaixonasse era examinado a fundo, com o mais completo rigor científico. Assim fez com o carro de boi, escrevendo uma monografia que até hoje é da maior utilidade para a compreensão da vida econômica do país em todos os tempos. Assim fez com o pau-brasil, que estudou, por incumbência do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro para o III Congresso de História Nacional (1938). Sua contribuição foi o ponto de partida de aturada pesquisa para este estudo monográfico, incorporado à "Brasiliana" em 1939, acrescido de um capítulo de Artur Neiva e de um parecer de Oliveira Viana.
O que este livro representou para os estudiosos da primeira fase de nossa história econômica, sabem-no todos os estudiosos do país. Será sempre consultado com proveito, porque as obras bem elabo-radas e bem escritas têm a durabilidade assegurada.
Bernardino José de Souza (1884-1949) foi um historiador, geógrafo, professor universitário e ministro de contas brasileiro. Foi professor de Direito Internacional Público na Faculdade Livre de Direito da Bahia entre 1906 a 1937. Também desempenhou funções docentes no ensino secundário da Bahia, tendo sido professor da cadeira de Geografia e História Universal e do Brasil no Ginásio Carneiro Ribeiro e, a partir de 1915, de História Universal no Ginásio Estadual da Bahia. Ocupou diversos cargos públicos como o Diretor da Faculdade Livre de Direito da Bahia, o Secretário Estadual de Justiça, durante a interventoria de Artur Neiva no Estado da Bahia, e o de Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), tendo sido Presidente do TCU entre 1946 a 1947. Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB) e da Academia de Letras da Bahia.
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