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Autor: Angelo Agostini
Coleção: Edições do Senado Federal
Páginas: 188
Editora: Senado Federal
Primeira publicação: Século 19
Ano da edição: 2002
Idioma: Português
Trata-se de coletânea das duas principais histórias em quadrinhos de Agostini publicadas nas revistas Vida Fluminense, Don Quixote e O Malho. Os quadrinhos reunidos neste álbum são os primeiros do Brasil; "Zé Caipora" é, também, o primeiro de aventura realista do mundo. Álbum de luxo.
Zé Caipora antecipou-se quase meio século de Tarzan de Hal Foster e Inaiá, a índia brasileira de seios nus, que surgiu mais de setenta anos antes da erótica Barbarella de Jean Claude Forest.
O enquadramento e o roteiro da narrativa em Zé Caipora utilizaram técnicas cinematográficas bem antes da 7ª arte ser projetada em Paris. Aleém do uso de bucólicos panoramas, planos gerais e médios, ele utilizou um antológico plano de detalhe. Há na história pelo menos uma dúzia de excelentes mudenças de angulação de ponto de vista, e na narrativa são identificadas ações paralelas e retornos. Outra especialidade do autor é a criação sistemática de suspense ao final de cada capítulo.
Credite-se, ainda a Agostini, a publicação do primeiro álbum de histórias em quadrinhos no final dos anos 80 do século XIX.
Zé Caipora e Nhô-Quim, sem influência estrangeira, são heróis brasileiros em estado puro. Nesta época de globalização, quando nossos artistas desenham para os sindicatos americanos de quadrinhos, todos precisam conhecê-los.
Ângelo Agostini (1843-1910), jornalista e caricaturista ítalo-brasileiro, passou à história como um campeão dos direitos humanos e da cidadania. Foi um dos maiores defensores da Abolição e as caricaturas com que atacou os escravagistas são antológicas. O lado lúdico desse desenhista e narrador genial deixou para o mundo duas narrativas de quadrinhos, "As Aventuras de Nhô-Quim" e "As Aventuras de Zé Caipora" que não são histórias comuns. Com ela, entre 1883 e 1906, Agostini rovolucionou de maneira extraordinária a apresentação gráfica e a temática do gênero criando herói e heroína com traços acadêmicos mergulhados em narrativa dramática de aventura. Angelo Agostini foi o mais importante artista gráfico do Segundo Reinado. Sua carreira teve início quando estouravam os primeiros combates da Guerra do Paraguai e prolongou-se por mais de quarenta anos.
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